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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A moça que passa em minha rua



Quem é aquela moça que passa pela rua todo dia?
Ela dobra a esquina e não se mais vê...
Ela é de perto? Ela é de longe?
 Mora na rua ao lado ou está só de passagem?

Tão apressada ao meio dia, aonde ela almoça?
E pela tarde fala sorridente ao telefone,
Quem será que ela encontra?
E quando ela não passa, é carona?
Ou será que corta o caminho?

Será que ela sabe que quando ela passa,
A rua inteirinha para para olhar?
Ela se dá conta que seu mistério,
Encanta o velho, o moço, a menina e o gatinho?

Quando ela anda, ela sente nos ombros,
O peso de todos os olhos que a perseguem?
E que seu mistério dura até a esquina que dobra?
Pois ninguém vai atrás, ninguém pergunta teu nome,
Ninguém bate uma foto, só espera ela outra vez passar;

Será que por alguém naquela rua ela também se encantou,
E começou a andar por lá?
Será que ela sabe que meu peito acompanha o seu passar?

Ou será que não é nada disso, será que ela anda sem rumo?
Será que só vai comprar pão?
E se namorar o padeiro?
E se só tiver um irmão?

E se ela nem se dá conta, que por encanto ou por graça,
Ela ganhou o meu coração, com seu simples passar?
Será que ela sabe, que em tão poucos passos,
Minha rua a amou? Eu acho que não.


terça-feira, 19 de novembro de 2013

Delicadeza


Queria te dizer que não consigo descrever nem metade da pureza que tenho na alma, mas de alguma forma turva, ela se mistura com algo que ainda não tem nome, e sai assim de mim, sem jeito, sem cheiro e sem cor, mas com sentimento.
Há sentimentos bonitos e sinceros em mim. Gostaria de te dizer que reaprendi a sentir de uma forma bem mais bonita do que nunca. O que esqueci foi como faço para falar. Palavras são nuvens no céu, quando acho que já percebi sua forma, vejo que ela se desfez.
Assim é meu pensar, efêmero demais para ser transcrito, singelo demais para ser contestado, é o mais puro que pode sair de mim, e é assim que me dou, serena, o máximo que posso, e mesmo assim ainda há um toque de pecado no meio.
Deixo a serenidade para aquilo que posso realmente ser: no platônico mundo perfeito das ideias e vontades livres das impossibilidades. Há muitas escolhas em um único querer.
Eu que sou quatro que sei disso, como mais ninguém, e estou a um passo de descobrir a todo momento. E a cada momento menos sei.

sábado, 16 de novembro de 2013

Por onde o tempo andou

"Mas, o meu passado vive em tudo que eu faço agora, ele está no meu presente." Diz um trecho de uma canção que ouvi Nara Leão cantar, e pensei, poxa, como isso é verdade!
Em um filme, vi uma personagem falando que "lembranças são ótimas se não temos que lidar com o passado", e realmente, fez sentido, porém, acho que não deve ser ruim lidar com ele, afinal, ele faz parte de nós, tudo faz.
Aquele show maravilhoso do Nando Reis, anos atrás continua sendo maravilhoso hoje, na verdade até mais, porque o presente me confirma o que eu já sabia naquele momento, naquele lindo momento que vivi, que vivemos.
Lembro que dias antes dele, numa sexta-feira você estava viajando, estava em outro estado, e brigamos, acredito que foi a nossa única briga, até hoje, porque eu fiquei com ciúmes, porque não estávamos juntos, porque eu tinha certeza, absoluta certeza que eu ia te perder, e por mais que eu soubesse que as coisas tinham de ser assim, eu não queria. Mas eu sabia, eu sabia que em algum momento, mesmo que não naquele, você encontraria alguém lá, então, eu briguei, eu fiz caso, eu me aborreci, eu te aborreci, brigamos, nossa, então era essa a sensação de discutir com você! Que gosto horrível! Mas, por sorte minha nos reconciliamos e por capricho do destino, nos encontraríamos num show do Nando Reis.
E quando eu te vi, eu te beijei, eu te beijei e eu te beijei, eu curti, pulei, cantei, toda elétrica em Pato Fu, mas em Nando, em Nando me virei para você, e você fez o mesmo que eu, e cantamos, cantamos sem quase ver o palco, o espetáculo da noite estava em seus olhos, em toda a vontade de estar juntos, de nossos corpos e de nossos corações, a balada tocando e minha mão em seu rosto, suas mãos em minha cintura, meus olhos nos seus olhos, sempre e em todo momento minha boca na sua, e já não existia mais frio. Aquele era um dos momentos mais doces de todos que já tive, e começou quando peguei em sua mão, toda orgulhosa e sobre tudo feliz, e eu só pensava "eu quero ele sempre assim comigo!". Foi bonito.
A viagem de volta pra casa na madrugada, na neblina, toda aquele cansaço que acabou quando chegamos na casa de nosso amigo, só queríamos estar juntos, dormir juntos, permanecer juntos, seu calor é tão fácil de lembrar, de querer sorrir ao lembrar. Lembrança boa de se ter.
Então, acho que meu passado, que sempre estará comigo é uma lembrança que é boa de se lidar, de ter, pois faz parte de mim e Nando Reis também faz parte dessa lembrança doce, hoje não a carrego da mesma forma de antes, mas sempre terei um sorriso para lembrar.
E que outras doces lembranças tomem conta de mim, me lembrem ou não você, que me tragam essa sensação de que vivi, e que vivi e fiz todo o melhor que ontem, e que o ontem me acompanha para me fazer melhor no meu presente. Ah, e que ele também seja doce!