Era 31.
O começo de um fim, o início de algo que eu nem ao menos conhecia, era um novo país, era também uma nova descoberta sobre mim.
Era dia 1.
E o frio começava a partir minha boca, mas eu não me importava, estava maravilhada com as cores e sabores que eu estava apenas conhecendo.
Era dia 2.
E eu estava aprendendo a andar e a viver a capital que não era do meu país, me perdendo e me achando nos moseus, castelos, molumentos, movimentos.
Era dia 3.
E na casa azul eu chorei, eu chorei e confirmei meus votos de fazer da arte algo maior que eu, de caminhar por um caminho bonito.
Era dia 4.
E uma nova cidade para chamar de lar, hora de conhecer uma nova família, de me adaptar a tudo que seria meu por meses incertos que eu jurara que seriam felizes.
Era dia 5.
Era dia de conhecer tanta coisa que eu nem tinha ideia, era dia de festa, de feta e de festa.
Era dia 6.
Eu já nem dormia, encantada com as águas cristalinas que eu nadava e a solidão bonita que eu sentia.
Era dia 7.
E eu nem fazia ideia do que se aproximava, só sentia os dias passando frenéticos, enquanto eu me perdia na cidade e me achava a metros de casa.
Era dia 8.
Mas que ironia, será que o vento da mudança já havia me atingido e eu nem ao menos sabia?
Então, chegou o dia 9.
Eu fotografava tudo, eu vi um moço dançar, e meus olhos não conseguiram seguir mais nada que não fosse seu caminhar.
Dia 10.
Eu só queria voltar ao tempo e ter um pouco mais do dia anterior, mas,
No dia 11.
Eu só queria ter mais do que tive no 9. O mês foi se contando distintamente, despreocupadamente, deliciosamente, porque já não importava o dia, eu tinha ele em minha vida, e mais que isso, eu o tinha dentro de mim cada vez mais a cada hora que passava.
E seis meses se passaram, e eu só quero ter tudo o que eu tive naquele dia 9 de Janeiro e só fez crescer dentro de mim desde então, e como esse dia, eu continuo te querendo com a alegria de um pássaro, continuo querendo te entregar minhas manhãs, minhas tardes, noites, madrugadas e eternidade.