Em ti, não há nada que não cheire a arte, emane poesia, é tudo belo:
Devem brotar flores onde deveriam haver pelos
- Como um jardim secreto feito de delicadeza.
Eu não posso viver mais sem o seu sim, não dá!
E eu gosto assim, a palavra mais potente de todas vindo da tua boca direto pra mim.
Não existem nãos, eu aceito o teu sim, a emergência que ele emana,
Porque você tem importância imperativa no meu viver.
- É difícil né? Se deixar vulnerável - ela questionou.
Aquelas palavras me atingiram cheio, me romperam o peito e ao mesmo tempo, me encheram de vida, então, respondi:
Acho que é um dos maiores desafios da vida, e eu tô tentando vivenciar isso. Lembra que te disse isso no bar? Que tô cansada das capas que a gente inventa?
Eu quero ter a força pra chorar um dia na frente de alguém e admitir minha pequinês, minha ignorância, minha fragilidade, poder tremer de medo e espanto e admiração, sem temer ser julgada, sem ficar ponto 'se's e orgulho e tudo que a gente inventa pra não mostrar o que a gente quer.
Todos esses rodeios, eu queria jogar no lixo! E dar uns tapas em quem ensinou pra gente que isso que é o legal, essas defesas que só nos fecham, nos cercam e nos afastam ao ponto da gente nem se reconhecer... Sabe? Quem que nos colocou nesse jogo de espelhos e nos convenceu de que era convidativo o bastante pra gente querer ficar nele? Quem foi o filho da puta? Eu quero chamar o miserável pra meia hora de soco, e dizer que sou feita de água e que não me nego fluidos:
Nem de gozo, nem saliva, nem de choro! Nem de glória, de nada! E que eu quero ir aonde dizem que é deselegante, mas que pra mim é confortável o bastante pra ser real.
É isso que eu quero. E eu sei que você se sente igual.
- Pra mim são olhos castanhos escuros
[00:25, 19/12/2020] Izis: castanhos escuros e profundos
[00:25, 19/12/2020] Izis: lindos
[00:25, 19/12/2020] Izis: lindissimos
[00:26, 19/12/2020] Izis: é tipo mergulhar no São Francisco
[00:26, 19/12/2020] Izis: não tem meio termo neles
[00:26, 19/12/2020] Izis: são o que são, e estão envoltos em mistério
[00:26, 19/12/2020] Izis: você pode ate se afogar
[00:26, 19/12/2020] Izis: mas não resiste a vontade de querer mergulhar
[23:59, 18/12/2020] Izis: eu acho que é justamente esse o ponto, sabe?
[00:00, 19/12/2020] Izis: é natural temer, é tua vida e eu duvido que você queira coisa pequena também
[00:00, 19/12/2020] Izis: mas há certas correntezas que fluem
[00:00, 19/12/2020] Izis: e os rios são perenes
[00:00, 19/12/2020] Izis: então, naturalmente, ele vai seguir seu percurso
[00:00, 19/12/2020] Izis: e vai te inundar
[00:00, 19/12/2020] Izis: vai fazer fértil as terras que você achava que não veriam água
[00:01, 19/12/2020] Izis: e irão florescer coisas em você
[00:01, 19/12/2020] Izis: só por ser
[00:01, 19/12/2020] Izis: porque é assim que tem que ser
Há manchas roxas no piso do meu apartamento,
- de vinho e orquídeas pelo chão,
E eu não sinto a mínima vontade de limpar.
Há manchas rubras no meu peito também,
- e eu só quero que elas permaneçam onde estão.
Tal qual quem me tocou e desviou, um pouquinho para a esquerda todo o meu norte.
As vezes, por questões de sobrevivência, o amor se desfaz efêmero demais para entrar na nossa história, perseverar na alma e no coração.
Em pouco tempo, vira uma lembrando distorcida do que um dia foi, melhor, ou pior do que um dia foi. Sob a ótica de quem sobrou e juntos os cacos e teve que sobreviver, e para sobreviver, as vezes, se faz necessário matar o parasita do amor.
Toda vez que você escarna seu preconceito disfarçado de religião, uma parte bonita de mim se apaga.
Se anula, se esvai.
Há mais de fragmentos da minha alma suspensa no ar, do que dentro de mim.
E isso, isso também é uma forma de morrer.
O que você não notou é que eu te amei
DESESPERADAMENTE
todas as vezes que eu te vi
Eu te amei todas as vezes que te vi como se fosse a
ULTIMA
Porque, bem lá no fundo, eu sabia que seria mesmo.
Por isso meus olhos brilhavam tanto, por isso eu te fitava
Como quem vê um anjo, por isso que eu não conseguia tirar meus olhos de você
Eu só conseguia ficar ali
TE AMANDO E ME DESPEDINDO
Porque eu estava presa no momento,
Porque era tudo o que eu tinha.
Porque, meu bem, para nós não existirá amanhã.
Parece que tudo que agrego a teu nome tem sim de poesia
Doce como mel na minha boca
As palavras escorrem como um gozo, não posso evitar
Tão fluidas e belas, elas dançam em minha língua
Perseguem seus sinais, me agoniam até viram testigos
Cláusulas de laudos inefáveis, todos viram, ninguém viu
O mundo sente, o ar está até mais leve, meu coração mais brando, foram-se os inseridos que decoram-me o peito
Tá mas cartas, nos búzios, escrito nas estrelas, chegou junto de um cometa, profetizaram antigas civilizações
Todos os deuses abençoaram e as fadas ganharam vida só pra testemunhar:
Como meu na minha boca teu nome se torna poesia e eu ei de me declarar, te declamar, ei de te amar.
Só por esse intento, minha alma já dança, é assim, o mundo inteiro ganha um segundo de paz.
[02:28, 19/10/2020] Izis: Eu não estou me reconhecendo. Eu não ando cabendo em mim e isso me assusta, e me assusta a falta latente que eu sinto de ti o dia todo e que me parece mais sorrateira e certa que a Shiva que em algum momento vai atacar minha panturrilha, eu odeio o fato de parecer que eu tô em Janeiro de novo e que meu coração ta quase parando toda vez que te vejo online e de por microssegundos pedir a Deus que ele parasse mesmo quando você não fala, eu odeio o fato de que parece que nenhum abraço encaixa desde que eu conheci o seu, e que eu nem consigo ligar minha luz vermelha, nem quando falta energia, porque tu parece um fantasma pálido de cabelos negros que me atormenta por
[02:28, 19/10/2020] Izis: instantes e então me dá menos medo ficar no escuro
[02:30, 19/10/2020] Izis: eu odieiii do fundo do meu hipotálamo como eu te olhei quando a gente se viu de novo e como eu não consegui não te abraçar por alguns segundos porque o teu calor parecia fazer parte do meu, e por Deus como eu detesto o fato de não escrever nada a meses mas tudo que eu falo sobre ti e contigo me soa como poesia e eu acho que mais que tudo, eu vivo aterrorizada de nunca poder ter isso de volta e me sinto muito egoísta por sentir isso.
Hoje eu joguei algumas poesias no lixo.
Não se surpreenda, isso acontece de quando em vez.
É que eu tenho necessidade de me renovar,
Novas perspectivas, novos rumos, os mesmos pés, mas com aquele estranhamento de usar novos calçados.
Tudo novo de novo.
As vezes sinto-me como um nômade sentimental, uma caixeira viajante do coração, uma marinheira sem porto definino, nem sempre é por querer, mas navegar é preciso.
E hoje, hoje eu mandei embora antigos amores, exorcisei fantasmas, busquei mais uma vez dentro de mim a força que só eu tenho e mais ninguém, aquela força genuína que você sabe que precisa ter em alguns momentos em que ninguém mais acredita em você.
Hoje a vida me virou do avesso outra vez, e tá tudo bem, por sorte eu sou humana, sou feita de recomeços.
Então vamos lá, em busca de novos caminhos, perspectivas, e consequentemente, de novas poesias.
Querido futuro, eu estou tão apaixonada por você! Eu corro todos os dias desesperada para teus braços como nenhum amante foi capaz despertar tamanha ânsia, eu tô fazendo minha parte pra que a vida seja gentil quando você finalmente chegar, e sei que vou ser ainda mais feliz em você
Uma vez, questionei um amigo sobre a felicidade, tão almejado por todos, e ele disse que a maioria das pessoas nunca alcançarão a felicidade, e eu discordei.
Eu disse que, na verdade vão sim, só não vão compreender que a felicidade é feita de pequenos fragmentos, e não de uma constante plenitude, então vai ser, muitas vezes e em curtas doses, por vezes tão sutis que a grande maioria não irá perceber. Mas acredite, ela está ali e é ela que os salva:
A felicidade é a homeopatia que nos mantém lúcidos.