Você voltou pra casa, mas você ainda tá aqui, qualquer um pode ver os rastros de poesia que você deixou, - no chão do quarto, e em mim -
,não demora não.
eu gosto como meu corpo tem memória.
Ele reverbera os teus sinais
minutos, horas, dias depois de tudo que você me provocou.
São ecos de toques, gemidos, orgasmos, da marca inefável do encontro de nossos corpos,
De tudo que você me causou ecoa dentro de mim pelo simples desejo de voltar a sentir.
E eu vou.
Não tem parte minha que não te pertença,
Meu doce amor.
É pro teu braço que quero voltar todos os dias
Como o sol que promete retornar a cada manhã
Vem da tua preciosa voz, a tua risada alta - meu som favorito do mundo,
E não há nada que ilumine - e me incendeie - mais do que o brilho dos teus olhos castanhos.
Teu coração esguio é o lar mais bonito que eu já encontrei - mesmo que você insista que é terreno turvo, não é!
E tua mente? Tua mente é um universo que não canso de desbravar, e me perder, e desbravar, e me perder, e te encontrar.
Aceite meu peito pra tu chamar de casa, e queira caminhar um pouquinho mais ao norte junto da minha alma, meu amor, minha sorte grande de uma vez na vida,
Porque não tem parte minha - boa ou ruim - que não te pertença, e de todas elas, te prometo e te dou sempre o meu melhor, meu amor. Meu amor.
Ouvi uma vez numa canção:
“Amar o mar como a um irmão”, mas, como posso fazer isso?
Se aprendi a te amar temendo?
Te admirando irrevogavelmente, mas, muitas vezes à distância, te respeitando, pedindo benção e recebendo ondas fortes que me derrubavam… Ainda assim, te amando, então, talvez por sua distância, imponência, e temor, eu não consiga te amar, mar, como a um irmão, mas, eu te ame como um pai, a gente costuma esperar pouca coisa de um pai e ainda assim, o amar, mas assim como a um pai, não quero te amar temendo. Seja gentil.
-sobre um tsunami que pode nem vir-
Quem fui eu não sei,
Me perdi em mim!
Quem eu sou talvez
Não encontre aqui
O futuro guarda quem sabe
Quem jamais serei
Ou ei de achar
Quem eu sempre fui?
Eu também não sei!
Mas guardo o intento
De me encontrar em mim!
Nós carregamos dentro de nós, na nossa essência, centenas de mulheres famintas por vida que vieram antes de nós, que morreram sem saber o que é a liberdade que temos, e temos a obrigação de sermos as melhores, por nós mesmas e em respeito a elas que pavimentaram nosso caminho, não brinco quando falo que somos exponenciais, há potências do tamanho de jovens universos dentro de nossos corações, como podemos nos contentar com pouco, quando nossa vastidão é imperativa?
Não há em mim átomo que seja que não queira uma fusão com seu universo.
Se expandir.
Explorar.
Devorar.
Vir a ser, tomar forma, deleita-se em cada partícula de ti.
Eu queria agora viajar na velocidade da luz na direção do seu colo
Te envolver mais súbita que o som que nosso ouvido nem consegue ouvir.
E te fazer poesia instantes antes desse mundo se formar,
Já que no início e antes de tudo, veio o verbo, eu o substituiria por um pronome
Por um nome, pelo teu nome.
Que linda seria essa terra prometida feita de você.
Imagino as mitologias que os homens teriam que criar para poder explicar tanta beleza
O quão exponencial tudo isso ainda vai ser.
E está ainda no começo.
Não quero nunca te olhar como quem olha coisa pouca
Porque dentro dos teus olhos quase negros moram mares habitados de mistério
Que me pequeno barco navega, desorientado entre as brumas, mas louco pra te encontrar
Me guio pelas estrelas fantásticas que encontro no teu colo
Em teu peito, meu Cruzeiro do Sul, para onde eu sempre quero voltar.
Teus quadris tem curvas sinuosas que me perco fácil, mas no meu lugar, quem iria?
Há caminhos em baixo do teu umbigo que me levam a paraísos que só eu posso habitar
Como terra virgem jamais explorada
E não me importo em ser descobridora egoísta que não divido meu achado, meu santuário, meu ninho, meu lugar.
Lá eu posso escutar sons jamais ouvidos pelo mundo exterior, poderia fácil me afogar nas tuas águas enquanto te escuto, doce Yara, pois há prazeres que jamais entenderão os mortais.
Poderia petrificar-me de bom grado te olhando, me emudeço por vezes e em teus cachos me inebriar, redemoinhos inteiros que são encontrados nós rios e naturalmente, abaixo de teus ombros, e se você fosse uma Medusa, jamais deixaria Hércules se aproximar.
E teu toque me alucina, juro que ouro bruto brota de dentro de mim como nem mesmo Midas seria capaz de fazer.
Tudo que te rodeia é cercado de magia, de mistério, de profundo amor, como poderia eu olhar para teu mundo como se nada fosse?
Se tudo que quero na vida é nele habitar?
O mundo já não me importa! Há um peito para o qual eu quero voltar com a fúria do sol ao meio-dia, mas, com a leveza da primeira brisa da manhã, pouca coisa é relevante além disso, e tudo me remete aos olhos que me cativaram desde o princípio, até o fim que nem existe, e é por isso que é para eles que quero voltar. Tenho uma urgência latente que me consome todo dia, me desassossega sem doer, que eu me jogo sem temer. Minha prece é para o tempo, é pro universo, só eles podem me afastar de você, e eu rogo que sejam gentis e que vejam que mal não há em me deixar cada vez mais pertinho do teu colo, da tua boca, do teu ser, de você.
E o mundo? O mundo já não me importa! Eu só quero você.
Teus olhos brilhavam no escuro
Meu coração nem cabia no peito e transbordava num sorriso que nem conseguia, nem queria disfarçar
tinha tanta coisa ali, e eu só conseguia olhar pra você
´é o momento certo pra dizer?´
É que aprendi a valorizar as palavras, elas tem poder, e eu queria dizer, mas não sabia como dizer
´o momento certo é o momento do sentir´
é o que aquela voz la no fundo da gente - que todo mundo tem - me dizia.
´de todo modo, se ela estiver prestando atenção, e ela está, ela sabe´
e em vez de falar, eu sorria, eu ria
Mas não era medo, estranhamente não há medo em mim quando estou contigo, era outra coisa...
Eu estava diante de um universo bonito de olhos escuros que brilhavam mais do que a lua naquela noite, o seu rosto todo iluminado me dizendo um ´eu também´, mas eu nem tinha falado nada!
Mas já tava tudo ali, né? As palavras tem seu tempo certo, mas elas chegam no tempo delas, mesmo que a gente não perceba, e ficam ali, na deslizando na nossa língua, e a gente fica tentando equilibrar elas, que besteira, né?
Por que não dizer?
Porque não dizer o que se sabe que sente?
Os sinais já estavam ali o tempo todo, o jeito que eu te olho, o jeito que eu te adoro, as conversas às 2 da manhã, aquela cumplicidade que tanto falam nos livros.
´então, pode falar, por que não fala?´
Em vez de dizer, eu sorria, mas aí, mais uma vez eu encarei aquele mundo todo, e meu coração batia tão forte que eu nem sentia, disfarcei e coloquei a mão no peito pra tentar sentir, nem parecia que ele tava ali.
Então, quando eu nem mais percebi, saiu:
´eu te amo´, tudo que eu queria dizer, mas estava te sorrindo o tempo todo.
E você já sabia, você me respondeu um ´eu também te amo´ que provavelmente também estava escorregando pela sua língua, e foi justamente ali que eu senti meu coração de novo, e ele batia aflito, e bonito, naquela noite que passou rápido demais, mas que não sai da minha cabeça, nem do meu coração.
Gosto de como por vezes a gente volta no tempo
Se faz de adolescente e se beija escondido no meio da tarde.
Fugindo de olhares curiosos e atentos que não sejam os meus sobre as curvas do seu corpo proibidas em locais públicos.
De como tento me policiar para não arrancar sua roupa em lugares proibidos,
De fazer de mim água só com uma troca de olhares, da onda de choque que iluminaria toda a rua rua.
Desavisados diriam ser algo inocente, mas o ar está tão carregado entre a gente que poderia fazer chover, tempestades iriam ar,
Lá fora, ou aqui dentro de mim.
A gente desconversa quando alguém passa perto só pra voltar a beijar como se nossas bocas fossem o único refúgio possível, um esconderijo verdadeiro imerso em vontade e desejo
No pouco que posso fazer, no muito que quero te ter.
Sento a teu lado, trocamos prosa, assistimos algo, apreciamos as pequenas coisas com a serenidade que se tem num estacionamento de um prédio vizinho de mão dadas com minha pessoa favorita do mundo.
Pouca coisa além disso eu iria querer,
O que mais fosse, certamente teria teu nome, teu calor e teu beijo e muito mais do que o perigo de sermos flagradas por olhos desavisados, mas, certamente com o mesmo desejo que senti por ti nesta tarde, e por todo o tempo que eu puder na vida te chamar de minha.
E tô aqui desejando tua carne como se fosse a minha, como se fosse uma promessa de um poema que eu ainda não fiz, mas quero muito, como uma epifania que está prestes a se manifestar, mas me aguarda no momento exato.
Eu te desejo como o sol que tem hora marcada pra nascer, que vê tudo em penumbra, mas sabe que deve bilhar no momento exato, trazendo esperança, e a lua? A lua se esconde com a promessa de envolver amantes após o entardecer. É assim que eu quero você
Com a gana de quem nunca teve, mas, com endereço certo dos braços que quer voltar. É assim que eu quero você. É assim que quero sempre te querer.
Você pode falar de tudo e tudo que sai da sua boca é bonito, me causa poesia.
Você não tem noção do poder da tua palavra, do quanto o universo se curva, só pra te ouvir mais de pertinho.
Deuses criam mundos com o dom da tua fala, a tua voz é energia exponencial. Exponencial.