não a sinto mais em mim, mal consigo sentir o vento impiedoso, que de tão veloz quase fere minha pele, não ha porque olhar para trás, lembro-me das poucas vezes que olhei, mas, nesse instante fazia questão de esquecer, não conseguia chorar, tão pouco conseguia sorrir, era eu contra o mundo. Era eu contra o meu novo mundo.
A estrada desconhecida de alguma forma me trouxera um estranho conforto que minha casa nunca me proporcionara, acho que eu precisava de mais, ou apenas queria mais, só sei com exatidão que nunca mais olharia para aquela cidadezinha de merda, com seus habitantes de merda, com a sua hipocrisia de merda, agora seria diferente, seria uma cidade grande, e com o tempo, talvez as mesmas reclamações, ou não; não sei. Mas em breve vou descobrir, eu não sei o que preciso, mas preciso de algo, e minha alma só encontrará paz quando encontrar esse algo, não, não é alguém, é algo.
É algo dentro de mim que só eu posso me dar, posso me tirar, mas posso também me perder, mas não existem perdas, o que existe é um novo caminho, um atalho escondido numa estrada desconhecida, que só conhecerei quando cruzar os limites desse lugar, e esse limite está logo ali. O da estrada e o meu.
- Redenção, Izis Vieira.
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