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domingo, 24 de maio de 2015

O poema do corpo



Ele fazia poemas com a boca,
Enquanto percorria meu corpo,
Gentilmente desenhando canções de luxúria,
Com a língua, com vontade.
Arrepiando e inflamando tudo por onde ela passava,
Com urgência, com desejo.

De suas mãos saíam canções inexatas, não equalizadas,
Que me faziam cantar gemidos, sussurros, 
E eu pedia, e eu implorava por mais, e mais e mais.

Era teu corpo que me enquadrava bem na sua retina,
Que me molhava e dilatava a minha, e me deixava assim,
Pronta para ser protagonista do ato,
E ele? Ele estava ali como um pagão devoto em terra de deuses,
Pronto para satisfazer a mim, sua santa maculada,

Quando ele invadia meu santuário para me levar a outro céu
Quando estávamos no mesmo ritmo e ele me seguia para o paraíso
E se extasiava nesse intento, ele era o poeta e eu a sua musa,
Sua mulher, sua santa e sua puta.

Um comentário:

  1. Deus deu-nos o denso do a dois. E, adendo, o doce divino dormir do depois.
    GK

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