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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Amizade apaixonada


Ando me apaixonando todo dia,
como sempre,
mas, dessa vez é diferente:
é pela mesma pessoa. 

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

(Re)aprendendo a sonhar



Já acreditei que contos de fadas virariam realidade;
Que dificuldades poderiam ser superadas quando os sentimentos eram sinceros;
De verdade, acreditei que poderíamos dar nosso melhor quando apaixonados;
E que o amor era a força que regia todas as coisas;
Honestamente, eu acreditava no "para sempre" e em todas suas implicações;
Eu acreditava com a ingenuidade de uma criança que o impossível era questão de ponto de vista;
Mas hoje, ah, hoje! O quanto as coisas mudaram dentro de mim!
Antes eu tinha uma alma de moça adolescente no auge de seus 15 anos de sonhos e fantasias;
Procurando motivos para acreditar que a vida seria um musical dos anos 30;
Tão imersa em mundos criados dentro de mundos que mal enxergava o real;
Afinal, quando se sonha demais a gente acaba deturpando a realidade um pouco, o que não é ruim;
O mundo que eu via e vivia era bem mais bonito que esse aqui, não havia necessidade de por os pés no chão;
Eu não tinha medo algum de voar, e voava longe, alto, por campos, florestas, praias e todas aquelas cenas de cinema, com fundo musical e close nos olhos, beijos apaixonados no final de brigas épicas e finais felizes ao fim do espetáculo;
Era bonito, eu sei que era!
Mas, hoje não é mais assim, hoje me vejo com a alegria de quem quer se permitir viver;
Mas sabe ter o pé atrás, no chão, que sente devagarinho, freando aos poucos as sensações;
Com a vasta experiência de uma alma de anciã, experiências e sabedoria para algumas vidas à frente;
Me apaixono lentamente, porém não é algo ruim, aproveito mais;
Outrora, vivia tudo numa velocidade tão insana que mal me dava conta de quantos passos dava,
Se estava longe ou perto do penhasco, ah, eu já estava em plena queda!
Hoje namoro o abismo a distância, admiro a paisagem, sinto o vento forte bater no meu rosto, absorvo cada gotícula de água como se fosse única, cada uma é única;
Não estou querendo dizer nestas linhas que desaprendi a sonhar, não, muito pelo contrário! 
Hoje sei até onde posso ir, tenho sonhos lúdicos e consigo dominá-los, mas, o fascínio dos sentimentos ainda me deixam andar na corda bamba, porém não tenho mais dentro de mim aquele medo surreal da queda, ou certeza de que posso boar;
E redescobri tudo o que perdera, bobagem menina! Sempre esteve dentro de ti, sempre guardado em mim;
Hoje não acredito mais em "para sempre", hoje acredito no "que seja bom", e quer saber?
Nunca estive melhor. 

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Inesperado - parte II (final)



Continuamos naquela dança de beijos e carícias, o mundo girava apressado enquanto eu tocava seu corpo, sussurrava qualquer bobagem e voltava a tocá-la, apertando com gana aqueles quadris a centímetros de despir a pouca roupa que lhe restava, não sabia que horas eram, mas, não havia passado tanto tempo assim. Ela também se apoderava de meu corpo, como um poceiro que acabara de encontrar o seu lugar, porém ainda com zelo, não tendo certeza se lá poderia ficar, quando finalmente ficamos ser ar paramos com todos aqueles beijos, e ficamos respirando lentamente entre risos e cochichos, ela tocou meus lábios com sutileza, logo em seguida passou a mão por meus lábios, tocando-o com cada um de seus belos dedos, repousando sua mão em meio seio, sorria satisfeita naquele breu onde seus olhos pareciam um azul marinho turvo, mas totalmente convidativo para um mergulho, ela beijou meu colo e falou, bem baixinho de forma que eu quase não entendi:
— Preciso de um banho! Não consigo dormir sem tomar um! — disse enquanto contornava meu seio esquerdo com uma das mãos.
— Hum...? Ah, Tudo bem! Eu também tomaria um, mas estou sem nenhuma muda de roupa, mas, pode ir, vou te esperar aqui, garanto não fugir! — disse eu vendo-a vestir sua blusa e distanciar-se a passos curtos e contidos, a vi entrar no quarto onde repousava a moça que dividia apartamento com ela - dormia a sono solto, provavelmente nem notara que eu estava lá. — A vi sair do quarto e entrar no banheiro, barulho de água abundante do chuveiro, cheiro de pêssego e algum aroma doce que eu não conseguia identificar.
Enquanto ela tomava seu banho noturno eu sentia o peso do álcool em meu cérebro e tudo em volta girava, aquela sala parecia maior, fiquei deitada sentindo toda aquela rotação, na qual minha cabeça girava em torno da lua, ou do sol, quiça em volta da lâmpada que estava apagada, ou daquela luz vermelha do stand-bye do televisor, não sei quanto tempo ela demorou, quinze ou vinte minutos, sei que não tentei pensar em nada até então, a certos momentos em que pensar é totalmente desnecessário.
Logo ela voltou, com aquela mistura de aromas que prendeu minha cabeça no eixo de seu corpo, voltou com uma blusa de tamanho maior que seu manequim, alguma daquelas blusas de jogos escolares, — ela, como eu, era goleira de hanbal no ensino médio — estava com aquela blusa e uma calcinha fininha que eu não conseguia identificar a cor, logo ela deitou perto de mim e me procurou, começamos mais uma maratona de beijos, sempre interrompidos por comentários como "é estranho!" e risos, seguidos de mais beijos e mais comentários, "é estranho!"; realmente era estranho, o álcool começava a sair e a consciência a voltar, e ela era minha amiga, e eu estava na sala da casa dela beijando-a com ardor e com timidez no fim das contas. Porém, isso não foi o suficiente para pararmos.
Ela se livrou da blusa, alegando que não se sentia a vontade dormindo com roupas, sentou-se e tirou-a na minha frente e fitei seus seios tão lindos e brancos, não tive escolha se não senti-los em meus lábios, com minhas mãos, enquanto sentia suas unhas cravando minhas costas e arrancando minha blusa, senti os lábios dela em meus seios e tive que conter qualquer reação, afinal não estávamos sozinhas no recinto, embora minha vontade fosse de ir bem mais além. Esse jogo durou horas, não sei quantas, mas foram curtas longas horas de beijos, provocações, de mãos, pernas, arranhões, chupões, puxões e mais beijos e mais constrangimento, de que certa forma fora um tanto quanto gostoso. Um momento de sedução e delicadeza que poucos casais se permitem ter, numa situação parecida.
Frequentemente me pegava explorando seu corpo, desenhando lentamente meus dedos em suas tatuagens e mordiscando o corpo dela, ela me puxava o cabelo e mordia minha orelha, então parávamos e começávamos a rir, nos aninhávamos uma nos braços da outras e fazíamos carinhos, beijinhos, e íamos avançando até o ponto onde gostaríamos de chegar, mas não chegaríamos, não naquela noite.
Noite essa que logo virou dia, sem sono, com risadas e vontades nos despedíamos de toda a euforia do bar, da lascividade da chegada, os ânimos eram acalmados lentamente, mas aquela noite, suas surpresas e sensações ficariam gravadas para sempre em nossas mentes, junto de toda aquela cumplicidade e o sorriso solto que nos acompanhou até de manhã, e foi assim, cercadas de sentimentos novos e constantes que dormimos abraçadas e semi-nuas na sala de sua casa num colchão em baixo de um edredom aconchegante.
Amanheceu domingo e eu estava enrolada na coberta começando a despertar, ouvi ao longe cochichos de minha amiga e da garota que dividia apartamento com ela:
"Ela é sua namorada? Uau! - Dizia a amiga dela entre risos, mexendo em alguma coisa que do meu ângulo de visão eu não conseguia enxergar.
"Não, ela é minha... Amiga, dormiu hoje aqui comigo..." — Dizia minha amiga tentando cortar o assunto, ela já havia me dito que não gostava de falar da vida dela com aquela moça.
"Vocês estavam dormindo abraçadinhas! EU vi! — Ela insistia em arrancar alguma informação, eu só pensava "ou droga, ela viu!"
"Você não viu nada, tchau! - Nesse momento fechei meus olhos, minha amiga acompanhava a outra garota até a porta, a garota saiu e ela voltou para mim.
— Ela queria saber da gente... Achei melhor não falar, disse ela me beijando o pescoço.
— Tudo bem, afinal, somos amigas, não tem porque falar isso a ninguém, muito menos a ela que costuma dizer qualquer coisa a todo mundo... — disse eu beijando-a e envolvendo-a em meus braços outra vez.
Começamos tudo de novo, mas dessa vez, sozinhas em casa as coisas começavam a ficar mais quentes e os desejos da noite passava voltavam com mais força, nossas mãos já desenhavam exatamente o caminho que queriam trilhar, os beijos ficavam mais molhados, a respiração cada vez mais pesada, nossas pernas tão bem encaixadas e minha boca devorando seu seio com força, deslizando a língua sob a barra de sua calcinha, até que... Até que minha mãe ligou.
— Puta merda! São são onze da manhã! — Disse eu pulando do colchão e atendendo o telefone, eu teria que ir embora, embora quisesse ficar, tinha medo que as coisas voltassem ao seu normal quando eu saísse por aquela porta, ao mesmo tempo tinha medo que elas continuassem como estavam, pois no dia seguinte as coisas começavam a pesar mais e eu tinha medo de estragar tudo — afinal de contas, eu fazia isso como ninguém!
Depois de um dos beijos mais demorados que já dera me despedi dela e sai sem saber ao certo o que tinha sido aquilo, ou como as coisas ficariam depois disso, eu simplesmente não fazia ideia!
Só sei que saí com um sorriso que eu não dava a meses e que seus olhos verdes brilhavam para mim como duas esmeraldas, tudo que aconteceu naquele dia poderia ter ido bem mais além, mas acho que chegamos até onde deveríamos chegar, eu já entendera que o paraíso não estava tão distante de mim, como sempre achei, e que de certa forma aquela noite nos marcaria para sempre.
E quer saber de uma coisa? Não via a hora de que acontecesse algo parecido de novo, e que essa vez não seria a ultima. 


domingo, 11 de novembro de 2012

Inesperado - parte I



Nossa, como eu queria vê-la! Minha amiga tão querida que eu não via a muito, por minha culpa, é claro, eu tenho aquela velha mania de sumir e reaparecer quando bem entendo, ela mesmo brincava, dizendo que eu era sua fantasma por excelência, eu, bem, por mais que eu me afastasse, nunca fiquei longe o suficiente para não saber voltar, afinal, eu sempre achava o caminho de volta. 
Eu tinha chegado primeiro no lugar, ambiente conhecido, era o único bar da cidade que tocava música descente, que tinha uma decoração retrô e luzes verdes em meio aos leds coloridos, vários painéis com artistas do década de 40, me fazia sentir em casa, entrar em conexão com uma época glamourosa que não vivi, tudo isso ao som de Lady Gaga.
Peguei uma cerveja e me sentei no balcão, não demorou muito para encontrar alguns conhecidos, tudo é muito fácil e divertido quando o copo está cheio, logo eu estava sorrindo de alguma besteira dita por um dos meninos, e me esqueci completamente do porque tinha ido para aquele lugar; até que uma mão tocou meu ombro e me fez virar. Meu Deus, o que foi aquilo?
Lembro como se fosse ontem, a música tinha mudado, estava tocando "Ainda Bem" de Marisa Monte, e meus olhos captaram tão bem aquela cena, quanto meus ouvidos a melodia, era... Nossa! Era linda! E como ela estava linda!
Era ela sim! Tão linda como eu nunca tinha visto, ela sempre foi linda, seus olhos verdes sempre foram algo desconcertante, mas naquele dia ela estava especialmente sensual, aquele lápis contornava o mar de sua íris de tal forma que o universo inteiro parou por alguns segundos só para que eu pudesse memorizar aquele momento, aquela deusa com sua saia preta de cintura alta e blusa branca, seu salto agulha, cabelo negro e esvoaçante, e o sorriso mais lindo que eu já tinha visto até então. Uau! Peraí, uau? Ela é minha amiga, por Deus, para! Mas eu não parei, esse foi o primeiro dia que eu a desejei como mulher.
Logo saí de transe e a abracei, entrei em outro; seu corpo exalava um perfume tão doce, sua pele tão macia e branca, eu não queria soltá-la, mas logo o fiz.
Foi uma noite divertidíssima, conversamos, dançamos - ela dançou, já eu, bem, não é fácil manter alguma sincronia quando se tem dois pés esquerdos - o tempo passando e eu ficando cada vez mais encantada com seu sorriso, e as brincadeiras e provocações começaram, - a gente sempre se provocava muito, mas nunca tinha levado a sério — risadas, toques de mão, cintura, coxas, quase beijos, olhares tentadores... Ela sempre foi mestre em provocar, eu era sempre tão desligada, mas nesse dia eu sabia muito bem o que queria: ela.
Minha timidez barata não me deixou fazer muita coisa lá dentro, mas o copo já estava vazio e a coragem tomando conta de mim, a hora avançando e eu não estava sóbria o suficiente para ir para minha casa, a solução? Dormir no apartamento dela.
Pegamos carona com algumas amigas dela, saí do carro cambaleando um pouco, demos boa noite para o porteiro e logo adentramos no prédio, ela trancou a porta e eu não esperei nenhum minuto, a beijei ali mesmo, na porta daquele corredor vazio, a beijei com toda a vontade e desejo que fora desperto naquela noite, rolamos pelas paredes, tropeçando em nossos próprios pés, nesse momento eu esqueci completamente que quem estava ali era a minha linda amiga de tantos anos, eu a queria e era isso que importava naquele momento.
Ela não havia bebido, então abriu a porta de seu apartamento sem maiores dificuldades, continuamos nos beijando e nos livrando das roupas com pressa, passaríamos a noite na sala mesmo, num colchão que já estava por lá, algo me disse que a noite seria longa, longa e feliz, e eu não estava enganada.



 O que você não sabe é que quando tenho meus piores pesadelos é que começo a viver meus sonhos mais incríveis. 

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Tendo o horizonte como foco



As vezes podemos nos perder, mas em um desses caminhos, a gente ainda se acha.

domingo, 4 de novembro de 2012

De certo modo, foi assim


Não leve a mal o meu sentir,
É que doeu e foi muito além, não foi apenas como perder o grande amor da minha vida (que já é uma perda lastimável),
Foi pior; foi como perder minha melhor amiga;
Era assim que as coisas eram dentro de mim:
Eu encontrava em uma única pessoa minha mulher, minha amante, minha melhor amiga, minha irmã, minha mãe, minha filha;
E eu perdi tudo;
Tudo de uma única vez;
E a única coisa que eu quero é encontrar uma dessas muitas que é você;
Não sei lidar com a perda,
E espero estar errada em alguns conceitos,
Espero nunca saber em verdade o que é perder;
De alguma forma encontrar uma dessas dentre as tantas que perdi.

sábado, 3 de novembro de 2012

Como se fosse ontem



Ela desce as escadas – meu coração dispara num impulso de coragem, aquele momento em que puro e simplesmente ele sussurra: este é o momento – ascendo as luzes ainda em cima das escadas – a olho mais uma vez e contemplo sua beleza, aquele cabelo negro voando contra o o vento, aquela lua incrivelmente dourada e brilhante que começava a se esconder sob nuvens escuras, a hora estava chegando – ela me espera no portão e eu desço, ficando logo em sua frente mirando seus olhos verdes límpidos enquanto ela me falava qualquer bobagem, minha mão estava sob o interruptor, apagam-se as luzes e nem a lua consegue iluminar, um beijo roubado, um beijo correspondido - meu coração saltava o peito enquanto meus lábios tocavam os dela, não era o primeiro beijo, mas, era como se fosse, aqueles lábios tão doces, tão macios, aquela boca que me fez sucumbir por instantes, momentos, minutos, não sei, não sei dizer ao certo quanto tempo nossas línguas se entrelaçaram, sei, que foi tempo suficiente para eu querer mais, – ascendo as luzes e vejo a confusão nos olhos dela, ela realmente não esperava por aquilo! Mas,  no meio de tudo isso, ela sorriu, não haviam dúvidas que ela também queria, seu coração batia exatamente como o meu, só então consegui libertá-la de meus braços e abrir as portas para acompanhá-la até parte do caminho para acasa, e eu tinha, mesmo que sem ela saber, encontrado o caminho de volta para meu coração, e nem a lua foi testemunha, ah, mas ela foi!

Sobre o que todos deveriam saber e eu aprendi cedo demais



Acredito que conhecer o amor tão jovem me fez sofrer um bocado, mais do que se deve sofrer nessa idade, oras, são sentimentos tão extremos e a gente tem que lidar com eles, estando ou não estando prontos para isso.
Nos vemos presos numa montanha russa interminável, onde sempre temos a sensação de explodir de alegria ou sentir a mais forte dor e desilusão que um coração tão jovem não deveria ter que vivenciar, saber do 8 ou 80, sabe? Sinceramente, eu espero que não saiba, mas em verdade, não me arrependo.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012



Acho que não sou uma escritora, talvez e infelizmente nunca serei, sou uma contadora de histórias, conto meus momentos. Comecei a escrever para me contar detalhes que eu não quero esquecer, e em deveras, peguei gosto pela coisa. Hoje conto minhas historias, estórias, causos, sonhos, realizações, como foi, como poderia ter sido, hoje conto e me encontro em lágrimas, sorrisos e gargalhadas, em emoções, as mais sinceras e invioláveis do meu coração, mas sobre todas as outras coisas eu falo de amor, do amor, como ele é, em todo seu vermelho, as vezes opaco, as vezes incarnado, porém sempre movendo meu mundo, me contando o que escrevo, o que percebo e é só meu para todo o mundo.