Marcadores

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Certamente o paraíso é feito de um pedaço da cama dela.

domingo, 18 de novembro de 2018

No meu país os bons morrem antes. Os bons morrem jovens por ousar lutar pelo Justo.
Às vezes penso que nos esforçamos exaustivamente para sermos uma nação de filhos da puta, afinal, são os que sobrevivem, a bosta que bóia na lama.
Os bons morrem antes, mas nunca serão esquecidos, nem a importância de lutar pelo Justo. Mesmo que isso nos finde prematuramente nos amplos sentidos da palavra. Não importa, ainda assim seremos resistência.
Marielle presente.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

O corpo dela


O corpo dela eu quero no meu,
Em minhas mãos.
Quente, volátil, em ponto de ebulição.
Mas não só ele,
Eu quero sua mente viva,
Terreno fértil das ideias.

Eu quero escutar os pensamentos ,
Ver como se formam, 
Onde se fundem, 
Eu quero ser a respiração dela,
Inebriar-la a cada alento,
Tirar seu fôlego lento,
Bagunçar sua roupa como o vento.

Tocar sua pele ardida,
Como ferro em fogo,
Marcar como tatuagem,
Abrir passagem para que,
Ela me sinta dentro 
E queira ficar. 
E queira ficar. 

O corpo dela em minhas mãos,
Minha boca molhada na dela,
Que entre gritos e sussurros, 
Ela confesse sem nem perceber,
Que ela quer ficar,
Ma petite amie, 
Por favor, apenas queira,
Queria ficar.

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

A paz sem voz

Vocês dizem que querem mudar o pais,
votam para ter mais segurança,
Mas ai eu pergunto:
Segurança pra quem?
Segurança pra QUEM?
Pra quem? Se meus amigos ainda andam com medo,
Pra quem? Se usar vermelho é pedir pra ser marcado como tiro ao alvo?
Pra quem se uma lampada vira uma arma na mão de quem só sabe odiar?
Pra quem mulheres são agredidas todos os dias?
Segurança pra quem? Se uma mulher é estuprada e a culpa é toda dela?
Segurança pra quem se eu tenho que me esconder?
Essa segurança que você tanto diz que quer se aplica pra quem?
Se a bicharada tem tomar cuidado, já que o inominável vai matar viado?
Segurança pra quem se ele nem mesmo precisa matar, tem um exército de minions raivosos que faz isso por ele, afinal não esqueça: quem ordena a execução não acende a fogueira!
Segurança pra quem se você prefere ter uma arma na mão do que boa educação?
Segurança pra quem?
Me diz, segurança pra quem?
Me diz se vale a pena praticar xenofobia sendo que todo mundo sabe que é do lado de lá que não se sabe votar,
Elegem ator pornô, príncipe, general.
Elegem traficante, dono de página de fake news, youtuber que faz tutorial ensinando a estuprar.
Elegem homem que quebra a placa com o nome da rua da Marielle (PRESENTE!) e ainda faz pose pra foto,
Elegem quem diz que ser gay é falta de porrada, que diz que se visse na rua, era o primeiro a bater.
Segurança pra quem? Me diz, segurança pra quem??
Porque pra mim é que não é, você diz que sua bandeira nunca será vermelha mas eu já disse e repito que ela já é: ta toda suja de sangue de todas as estatísticas que eu espero que você nunca tenha que pertencer pra poder entender que essa segurança que tu tanto diz querer não é paz não, é medo, e o medo não traz segurança pra ninguém.
Quantos negros ainda vão ter que morrer pra você entender?
Quantas mulheres ainda vão ter que morrer pra você entende?
Quantos gays ainda vão ter que morrer pra você entender?
Quantos índios ainda vão ter que morrer pra você entender?
Quantos quilombolas ainda vão ter que morrer pra você entender?
Segurança pra quem? Ainda dá tempo pra entender: ela não foi feita nem pra mim e nem pra você.

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Lembro de você cantando em cima da cama música pop latina, como quem tem 13 anos, descontraído aos 23, caindo na cama e me beijando a boca cantando e sentindo aquele cantor de trova que você tanta ama e que você tanto me condena por não ter ido com você para o show.
Diz que perdi um momento mágico de sua vida, e Deus, como eu queria ter estado ali.
Em poucos dias você vai chegar aos seus 26 e nem nos falamos. Mas ainda te sinto, estranhamente não dói, estranhamente ainda te sinto, não frequentemente, não latentemente, mas te sinto, você ainda segue aqui, e Deus, como eu queria que você não estivesse mais aqui.
Mas está. Está e eu ainda lembro de você me pegando pela cintura e dançando comigo naquela noite mágica de Janeiro em um bar de música latina, dançando salsa comigo como quem me leva a outro mundo, dançando em seu bar favorito e eu sei que eu me condeno até hoje por ter entrado naquele bar.
Mas a questão é: faríamos algo diferente se soubéssemos onde isso iria nos levar?
Sabemos que não. Eu só queria dizer um oi e que de onde eu estou eu te envio amor, e que seu dia seja lindo, o melhor de todos. Mergulhe no mundo que quer mas volte, não para mim, mas que alguém possa te ver aos 26 como te vi aos 23 e que você possa beijar e sentir outra vez, como se ainda tivesse 13 anos.
E Deus, por favor, cuida do coração bonito desse moço para sempre.

domingo, 1 de julho de 2018

Teu Nome

Teu nome já não me machuca,
Também não me alivia.
Teu nome, hoje, nem ausência representa.
Não mais me castiga com as promessas que nunca iremos ter.
Teu nome, que ontem me envolvia de esperança,
Hoje, é apenas mais um na multidão.
Aquele que por boa memória recordo quando alguém fala na rua,
Mas, já não me aflige nem degenera,
Teu nome já não me machuca,
Veja só quem te tornaste: só mais um na multidão.
Porque, por fim, fui ver as outras rosas e pra minha surpresa
Você se tornou tão genérico quanto todas as outras.
Descativou-me.
E por fim, acabei por devolver-me.

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Como esquecer?

Eu sei exatamente o que deveria fazer.
Eu deveria seguir em frente.
Não ter esperança.
Por mais que eu negue, meu coração sabe o que eu espero
O que ele espera.
Eu deveria não querer,
Nem tentar.
Eu deveria seguir em frente.
Eu deveria esquecer você.
E abrir mão de tudo.
Todas as memorias,
Momentos,
Que malditamente voltam a minha maldita mente.
Quando menos espero,
Me pegam despercebida.
E me matam aos poucos,
E me deixam ali, assistindo tudo que vivi.
Tudo que não voltará.

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Alice em duas partes: é tudo uma questão de manter a calma



— Você definitivamente não entenderia — disse eu suspirando e me virando para o lado oposto a Roberto, simulando uma irritação, bem, não tão simulada assim, posso dizer.

— Alice, não gosto que me enganem, nem que tentem me fazer de idiota, se tem alguma coisa acontecendo aqui, eu quero que você me fale agora — falou Roberto puxando meu braço com força suficiente pra me fazer virar para sua direção, em seguida subiu em cima de mim e ficou me encarando, me apertando, eu podia sentir a dúvida, a desconfiança e uma chama de ira em seus olhos, enquanto suas mãos apertavam meu pulso cada vez mais forte, a cada respiração pesada que ele dava.

— Você está me machucando, Roberto! Pode me soltar, por favor? Obrigada, Roberto, o que acontece é que… — respirei fundo e me levantei da cama, um milhão de coisas passaram em minha mente, eu poderia falar a verdade para ele? Ele me entenderia? Ou será que era demais para ele? Ou se ele nem ao menos se importava? Quer dizer, eu sei que ele se importa comigo, mas será seria o melhor? Dizer a verdade? No que eu estou pensando? A verdade não é uma opção para Alice, nunca foi uma opção, as emoções tinham me guiado até aquele momento, mas não ia ser mais assim!

— Eu estou confusa, Roberto! — falei com a voz embargada, deixando cair uma lagrima no canto do meu olho.

— Me conta logo, alguém fez algo com você? O que te deixou assim? Se eu sonhar que alguém tentou qualquer coisa com você…

— Não é nada disso, Roberto! Eu só não estou me sentindo bem! Eu estive o dia inteiro fora, sim, mas eu estava sozinha! Sozinha pensando, você sabe como o mar me faz bem, me acalma, eu não sei se é certo tudo isso, não depois de ver seu filho, eu fiquei pensando…

— Céus, Alice, o que aconteceu quando você viu meu filho?

Essa era uma pergunta que nem eu saberia responder, o que aconteceu quando vi Felipe? Sim, eu desejei, não posso negar que foi uma atração quase que imediata… Até ele abrir a boca, até eu ver Amanda ao lado dele, o que me deixou mais confusa ainda.

— Eu pensei na sua esposa, okay? Não é certo, tudo isso está errado!

— Ah, não, Alice, eu já te expliquei isso, minha esposa… Eu dou tudo que ela quer, não temos que envolver ela nisso, isso é nosso, eu estou cumprindo o que te prometi, não estou?

— Eu sei que está, mas, só é dificil para mim, essa dura realidade batendo na porta da frente, eu só preciso de um tempo, tudo bem?

— Tudo bem, Alice, minha menina, só não se preocupe com nada, já resolvi as coisas com meu filho, ele não vai dizer nada… De todo modo, eu vou fazer uma viagem de negócios, tudo bem para você ficar aqui uns dias? Eu levarei meu filho, estou planejando fazer dele o meu vice-presidente, você terá seu tempo com você.

— Tudo bem, Roberto, eu sei que você vai fazer tudo ficar bem, você é mestre nisso.

— Eu sei que sou — ele sorriu, beijou minha testa com um misto de respeito, carinho e receio e foi tomar seu banho.

Essa foi por pouco.

***

Deitei na cama aliviada e dormi a sono solto, então era eu, aquela casa maravilhosa, a brisa de verão e o mar, o que poderia dar errado?

Talvez o fato que Roberto casualmente esqueceu de falar: eu não estaria sozinha na casa, o capeta estaria me esperando não muito longe dali, na verdade ele estava literalmente me esperando ao pé da cama, pronto para me tentar, me seduzir, me possuir.

O que eu poderia fazer além de lutar contra a tentação?

— Acorda bela adormecida. — ouvi uma voz conhecida que se aproximava de mim, eu podia muito mais sentir do que mesmo ouvir.

— Eu disse que voltaria, e nossa, como voltei com saudade.

Abri meus olhos e ela estava bem ali, a centímetros do meu corpo, seu hálito fresco estava quente e doce bem próximo a minha boca e seu corpo de algum modo se encaixava no meu sem qualquer esforço.



— Se quiser, pode dormir mais um pouco, mas não pense que vou deixar de desfrutar de você por causa disso.

Levantei de um salto, no susto, meu coração descompassado, meu Deus como eu a odeio, meu Deus, como diabos ela consegue ser tão linda?

— Sai daqui, aliás, o que você está fazendo aqui? Você não tem vergonha? Depois de tudo que você fez comigo? Por que não some? Por que não sai da minha vida? Eu tenho nojo de você, Amanada, quando você vai entender?

— Ah, Caroline, ah, perdão, Alice, quando que você vai entender que não precisa complicar tanto as coisas? Não vê que somos iguais?

— Eu NUNCA vou ser igual a você, nunca! Saia do meu quarto por favor, você já bagunçou demais minha vida, por favor, não me faça implorar... Só, só sai!

Amanda fez menção de se levantar, mas virou e segurou meus pulsos — que ainda estavam machucados, por sinal — e me encarou com um sorriso largo de lado, e começou a beijar meu pescoço até minha clavícula, eu estava imóvel, o desejo era inegável, e a inércia se fazia presente porque eu não podia fazer nada, eu não podia lutar contra o demônio, contra o meu demônio particular.

— Você nunca vai entender meus motivos — disse eu baixinho com a única voz que me restava, agora as lágrimas rolavam de meu rosto, era um choro consentido, quieto, quase que silencioso, você não entende tudo que eu passei pra chegar até aqui, não me olhe, nem me trate como se eu fosse uma puta...

— Puta? Você ah, Alice, por Deus! Até parece que não me conhece, aliás, se tem alguém no mundo que te conhece e que você deveria conhecer sou eu, garotas como você, como eu, garotas como nós... Garotas como nos não foram feitas para sonhar, nos fomos feitas para ir lá e conquistar tudo que o mundo nos negou, nos temos que usar o que temos de melhor para fazer até o pior se necessário for, se isso nos fizer chegar até onde nós queremos estar, não, não por direito, mas por merecimento, porque eu vou foder meu caminho todo se for preciso, e você que me julga tanto, não seja hipócrita, você não fez nada diferente de mim, a diferença é que eu não tenho que me deitar com um velho para conseguir o que é meu. então, não se julgue em nenhum minuto, em nenhum momento superior a mim, nos viemos da mesma merda, nos somos iguais, e vamos alcançar a mesma glória, e se você for boazinha e colaborar, vamos aproveitar cada pedacinho disso juntas, como deveria ter  sido desde o inicio, não podemos nos livrar uma da existência da outra.

— Então, é isso que você pensa? Que os fins justificam os meios?

— Ora, Alice, se a gente não engolir o mundo, ele engole a gente, lembra que eu dizia isso?

— Eu não lembro muito bem.

— Ah minha cara, você tem sorte, vamos ter todo o dia para lembrar de muita coisa hoje.

Disse Amanda tirando sua blusa e jogando para o lado e me tomando com o braço me beijou como se não houvesse amanhã, me beijou como quem não me beija a um ano, me beijou como quem me beijou ontem pela ultima vez, mas com a mesma fome de sempre.

A noite seria longa e eu não tinha mais vontade de resistir. O demônio iria me possuir.

Mas eu o possuiria também, nada mais justo, não?




terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Estou em busca de alguns prazeres simples
ver o céu mudar de cor
e sentir o vento me erriçar a pele
trocar de canal ate encontrar algo interessante pra assistir
enquanto a internet nao volta
e mais importante: beijar a boca da minha menina
sempre que ela olhar pra mim com esses olhos que cabem o mundo
gritar ao mundo que nós nos temos, mas somos livres também
e querer ela mais do que qualquer por-do-sol que já vi
querer ela até antes do amanhecer e depois da meia noite.

sábado, 13 de janeiro de 2018

Nota sobre amores (ex e atuais)


Aprendi que bons namorados podem se tornar péssimos ex namorados e isso vai incomodar um pouquinho, mas depois passa.
E novos amores vão arrebatar seu ser antes mesmo que você se dê conta. Mais leves e mais intensos do que qualquer outro que você já viveu.