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quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Meu ultimo poema pra você

Quando você foi embora, ou melhor,
Quando você me deixou ,
(eu nunca tinha sido deixada antes)
Foi como se a vida tivesse me deixado,
Tivesse seguido teus passos para milhas e milhas de mim,
Foi desastroso, chorei, me despedacei, eu não me sentia,
(por exatos 10 dias, tempo exato de sua confusão e o meu luto)
Foi o tempo de me decepcionar, de ver o homem terno e divertido se transformando em alguém frio,
Que não conseguia olhar em meus olhos e dizer que não me amava mais,
Se transformar num covarde que nunca admitiu seus reais motivos,
E eu, como boa moça que tem mais amor próprio do que a você, não consegui mais querer ter alguém assim a meu lado, não quis mais lutar, não quis.
E foi não querendo que eu te tirei da minha vida.
Foi com sua falta de cuidado que eu não quis mais cuidar.
Foi com a falta de vontade que eu joguei meu coração ao limbo.
(ao menos por um bom tempo).

E esse é meu ultimo poema, depois de tanto tempo
Esse é meu ultimo poema pra você,
A ironia é que justo esse é o único que você nunca poderá ler.
Ou vai, quando meu coração encontrar o rumo,
Quando eu conseguir me sentir, quando, depois de tudo:
indiferença, descaso e até mal educação vindas de você,
Eu possa simplesmente te dizer: eu te perdoo.
No mundo não existe lei que condene quem deixa de amar alguém,
Eu te perdoou por isso também, te perdoou por ser eu, e não mais você.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Dádiva de Aset



Ela tem aqueles olhos,
Aqueles, qu abertos, lá pelas 3 da manhã,
Podem comer o mundo, me engolir por dentro,
Dois buracos negros castanhos, cor de terra.

Ela tem aquele sorriso bonito que parece que
Primeiro sorri por dentro, que viaja na velocidade da luz,
E que faz o sol morrer de inveja,
E ela mal sabe que o ensina a brilhar.

Dela eu sei pouco, mas vejo muito no pouco que sei,
Eu sei que ela ama azul, naturalmente a cor mais quente,
Ela é mãe de loba e eles estão dentro dela tanto quanto correm em mim,
Sei que tem cabelo cheio de tenebrosos redemoinhos num mar de maré baixa e tíbia,
Ela tem pressa e odeia esperar, quer tudo pra ontem, pra já.

Ela se esforça pra ter o que quer e quando precisa até o que não quer,
Ela pode ouvir qualquer coisa e não vai julgar, ela ama nuvens e como elas se contornam no céu,
Ela sabe que elas se moldam pra chamar sua atenção?
Ela sabe o que me faz sentir? Escrever, sorrir, ela sabe o que ela faz? Ah, ela faz!

Mas será que ela sabe os olhos que tem?
Aliás, eu já falei dos olhos dela?
Aqueles olhos, que fechados, guardam dois mundos em si?
Dois planetas cor de âmbar e que eu, menina cigana,
Quero me perder até me achar num canto, um dia,
Bem encaixada no colo dela sem nem ver o tempo passar,
Mas, eu já falei dos olhos dela?
Porra, são duas imensidões dentro e fora de mim.