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sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Ele, Ela, Ela, Ele... Eu



Ela parecia ter saído de uma daquelas músicas nórdicas de metal pesado, eu a olhava, as vezes fada, as vezes rainha.
Ele, ele me parecia a perfeita contemplação que um homem deveria ser, sempre tão sério com aquela barba alta, mas bem feita, olhos negros, contrastando com a pele alva que nem o sol era capaz de abalar.

Ela que consegue misturar com perfeição todos os acordos ritmos e tons, eu não sei de que mundo ela vem, que planeta habita e que sonhos tem ao repousar.
Ele, ah, o que eu sei sobre ele? Tão pouco quanto nossos encontros ao meio dia e meia duzia de horários trocados na condução que me conduz, não sei pra onde, mas espero que seja em sua direção.

Ela que conheço a tanto tempo e nem ao menos sei como é a voz, ela que vem de outro pais, eis que de tão longe resolveu habitar logo aqui, bem aqui no meu coração
Ele que não faço ideia de onde veio ou quando passou a me notar, sei de seus passos firmes que vão para o outro lado e eu só quero acompanhar.

Ela de olhos vermelhos, ele de pupilas turvas e negras
Ela, ele, ele, ela, eles que vão para qualquer direção que eu mal sei limitar.
Eu, que sempre busco o amor nos lugares errados dou risada e sinto calma ao perceber essa doce angustia que resolveu meu peito assolar, ele, ela, não sei onde quero ficar, talvez, vai saber, eu queira mesmo só olhar.

Afinal, ele, ela, ele ela, são tão lindos! Tão intensos, não vejo mal algum de assim estar, e querer assim permanecer, ser, ser sem ter, só contemplar.