Meu corpo saliva pelo teu,
Clama.
Eu nem preciso me tocar pra sentir o calor
Do molhado de tua língua dançando no meio de minhas pernas
Esquentando meu corpo no frio da madrugada
Me pondo em brasa molhada sem nem perceber
Eu fecho os olhos e você está lá me devastando
Com suas risadas, beijos, olhares, com seu olhar...
Esses teus olhos de quem vai me possuir, de quem vai me destruir.
E eu viro rio, estou fluindo,
Fluindo e desejando um pouco mais de ti, de nós, e sob os lençóis sou correnteza a fluir.

[ Carta para o meu quase grande amor ]

A vida, a vida é feita de muitos quases.
eu não queria que você soubesse, mas eu acho que você sabe, que de  quase em quase a gente vai aprendendo tudo! Tudo que não deveria aprender, mas que é tão importante pro nosso coração, e eu quase amei alguém.
Alguém que quase ficou, alguém que quase me fez explodir de tantas emoções diferentes, alguém que quase quis ficar, mas por um pouquinho... Não ficou.
Eu não sei quão grande esse pouco foi, mas foi quase o suficiente pra ela querer ficar e foi quase tudo que eu quis ter por um tempo, mas depois entendi que não, que de quase em quase a gente se torna nada na vida de alguém.
Que de quase em quase a gente quase não se dá conta do que poderia ter vivido e não viveu, então, nós começamos a conhecer os 'se's.

Se tivesse dado certo, se... Se ela não tivesse ido embora aquele dia, se eu não tivesse aberto a porta, se eu tivesse dito: não! não! por favor, fica! fica! só mais um pouco, na minha vida, nesse sofá! um segundo que seja, fica! E eu quase disse. Mas... eu preferi não falar.
É de quase em quase que a gente perde tudo porque  gente quase tem coragem de dizer o que pensa e é nesse quase que a gente perder a oportunidade, e a vida? a vida não é feita só de quases, ela é feita de oportunidades também, ela é feita daquilo que a gente disse, mas muito do que a gente não vai dizer, mas vai ficar martelando e rodeando em nossa cabeça e muito mais que isso, no coração, e coração não quer saber de quase!

Coração bombeia sangue, coração é um órgão, um órgão que a gente quase fantasia pra justificar tudo aquilo que a gente quer viver, tudo aquilo que a gente viveu e quer voltar, e tudo que a gente quase conseguiu ter na vida.
Então, eu quase tenho certeza que você me entende quando eu falo desses quases, e, se você, meu quase grande amor da vida, ouvir minhas palavras, eu espero que você saiba que foi bom quase ter dado certo, mas que hoje, nem um quase consegue me preencher. E eu quase voltei atrás em minhas palavras, mas de quase em quase a gente vê que não merece pouco e que já não vai ser um quase que vai me fazer querer ficar, não vai ser um quase que vai me dizer 'não, por favor, fica!'

Hoje em dia, o quase já não me faz falta, não me é nada. Hoje é tudo ou nada.
Então, meu quase grande amor, que bom que você foi quase, porque talvez, se você não fosse só mais um quase, poderia ser tudo aquilo que me arruinaria em tudo aquilo que talvez eu não aguentaria viver, ou não tivesse maturidade, mas, eu quase vou saber como é essa sensação.
E deixando os quases de lado, eu fico com o nada que esses quases me deixaram e eu fico com o tudo que a vida me proporcionou após eles, então, obrigada por quase tudo e de nada.

Como a gente sabe que está se apaixonando?
É que meu coração nem sempre é meu amigo
E ele gosta de se enganar, de me enganar
Bem verdade é que ele quer, ele quer muito
Sentir, ser, pertencer e permanecer
É tão difícil não ter pra onde ir
Num mundo onde passa tão rápido,
Num mundo onde nada dura.
Mas como saber? Como vou saber que dessa vez
Pela Deusa, só dessa vez, como saber se é real?

[eu não vou saber, só sentir, e vai ser eterno enquanto durar, e que por favor, dure mais do que o usual e o banal podem permitir]