Posso falar de sorte quando digo, mesmo sem dizer, que me sinto a mulher mais incrível do mundo quando estou deitada no seus braços, com a cabeça enfiada no teu colo, sentindo sua respiração e as batidas inquietas do seu doce coração.
E que no mundo não há força maior do que a vontade instantânea que sinto de chegar aos teus lábios quando você está a qualquer distância de mim - sejam os centímetros antes de alcançar sua boca, seja quando você está do outro lado da cidade, eu juro que eu posso te sentir.
Palavras não expressam, mas, mesmo assim eu tento, quando digo que ao contrário de antes, me considero alguém que tem sorte no amor. Sorte. Sorte de ter um amor tranquilo, calmo, sereno, mas que me incendeia de formas que nenhum outro jamais me consumiu. Eu sou tua e não tenho medo algum disso. Pertencer, eis aí um verbo que eu já tive pavor, hoje, tenho costume.
E digo mais, que eu sei que é amor quando você implica quando eu começo a gaguejar, ou atravessa a cidade inteira e atrapalha sua rotina - logo você, que tanto ama sua rotina - só pra se refugiar comigo, no meu quarto, nos meus braços, entre minhas coxas, e antes e acima de tudo isso, dentro do meu coração.
Eu sei que é amor quando você que tem péssimas expectativas para o futuro, faz planos sem perceber e me inclui neles, ou passa seu braço pelos meus ombros no casamento da sua irmã sem se dar conta, quando me leva pra de baixo de uma árvore oculta pra me beijar, mas, talvez, não tão oculta assim - será que ele viu?
Eu não sei se você sabe como me sinto pequena quando te vejo vulnerável, mas no mesmo momento me vejo crescendo, só pra afagar um pouco da dor que te corrói, eu queria te dizer que nenhum mal vai te atingir - mas você é franca demais com a vida, jamais acreditaria - e de todo modo, posso não poder te proteger de tudo que pode te frustrar, mas vou estar aqui para um desabafo e um afago depois de um dia difícil, eles virão, mas eles também se vão, e eu sei que entender, respeitar e estar ao lado, também é uma forma da gente dizer TE AMO.
Falar é outra forma, falar ao telefone - que a gente odeia - mas quando vemos, tá lá, passaram-se horas, e horas, e horas, e quer saber? Não há qualquer incomodo nisso pra mim. A constância de estar perto me fascina, e não há um dia que eu não tenha fome de você, da sua presença, mesmo que distante, embora eu prefira mil vezes você fazendo morada no meu peito enquanto eu escuto o mundo parar pra tentar ouvir um pouquinho mais desse universo que eu abarco com minhas mãos.
Eu nem sei porque cheguei aqui para falar essas coisas, mas acho que eu queria te contar, e agradecer, e expandir um pouco mais isso, o que meu peito grita todo dia, a paz, a alegria, e a sorte grande de uma vez na vida que é ter você na minha. As palavras de fato se perdem, são pequenas, mas tento através delas, de forma falha, eternizar o que há de bonito em mim e que flui entre nós duas, toda vez que você olha pra mim com esses olhos envoltos em mistério, e eu continuo querendo dar meu reino pelos seus pensamentos, pois, diferente do que eu pensava, você me tirou o estigma de que uma pessoa misteriosa só não tem o que falar, você tem o que dizer, e muitas vezes não diz, mas fala ao fazer, e acho que isso é uma das coisas mais bonitas que encontro em você.
E eu sei que é sorte quando a gente se permite se aceitar e se amar como é. Eu tenho sorte. Obrigada, muito obrigada meu amor, obrigada por ser você.
