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quinta-feira, 17 de setembro de 2015

O tempo

Lembro de uma noite na praia em que a lua brilhava borrada no céu entre as nuvens, pálidas estrelas, um vento gentil batendo no rosto, o tempo, o tempo passava tão lentamente que eu poderia desenhar sobre ele, haviam manifestações de amor  felicidade tão inegáveis e beijos e toques e vontades, o tempo do meu tempo, aquele que eu realmente gosto de passar, aqui o tempo voa tão rápido que mal posso me situar, é o tempo deles. Vivo nessa dualidade, me encontrando onde quero e onde preciso estar, mas qual desses é o que me pertence? Ou eu que pertenço ao tempo, se é que ele existe.

domingo, 13 de setembro de 2015

Há Mais Mistério

Há mais mistério dentro desse teu cabelo negro que em mil luas a serem exploradas.
Há fascínio em sua boca que muda de forma com o seu humor, me conecta a um mundo que quero pertencer, que me fala uma língua estranha que aos poucos chamo de minha também.

Em teus olhos encontro labirintos sem saída, matas virgens e envolventes, trilhas intocáveis, um caminho sem volta que não quero deixar de percorrer, não temo o desconhecido, não tenho medo de você.

Em teu corpo encontro prazeres multiplos e instintos urgentes tão parecidos com os meus, há mais vontade do que tudo aquilo que já toquei, há vontade de ficar, de estar em ti e ao teu lado, estando acordado ou te vendo dormir, meu santuário está a centimetros de nós dois, onde também se encontra Deus, na delicada embriaguez do corpo teu.

Mas, é em sua alma que eu encontro o que não busco, que percebo tudo que não sabia, que encontro, sedenta, uma fonte inesgotável que quero beber, e semear jardins, e me florir de ti, te florir de mim, e me encontrar e me perder com a sabedoria de que se tratando de alma e de amor, nada tem fim.

Lembrete 2,3

Já tive o meu tempo de adolescência, aquele período negro que a gente sangra de paixão, tem aquele sentimento doído, latente, amargo, meio vivo, meio abortado e chama isso de amor, mas, a verdade é que a juventudade não sabe amar, ela não está pronta para o júbilo dos sentimentos.
Porque? Porque nem ele mesmo se reconhece, se entende e julga saber trilhar seu caminho quando tudo que faz é se perder, entende tudo ao revés.
Hoje os sentimentos são meus amigos, gozo da euforia e da felicidade, entendo e aceito suas possíveis perdas, sabendo que o efêmero é algo mais certo que o eterno, e assim aprendi a amar e viver cada momento como se fosse o ultimo, porque pode ser que seja e como for, enquanto a mim, eu serei feliz.

O Tudo

Quero tudo ao contrário e tudo ao mesmo tempo, mas, não quero pela metade, não! 
Eu quero o TUDO, a intensidade, a força, a voracidade e a paixão. Menos que isso,
Para mim é mais vazio do que o nada.
Há coisas que consigo sentir, exatamente como se fosse pela primeira vez, como algo inédito, como se eu sempre estivesse estado aqui: o som da sua voz.
Parece que eu acordei escutando ele todos os dias, o calor de seu corpo continua incendiando o meu, seus olhos continuam me cativando e me prendendo como nenhum outro jamais foi capaz, eu continuo sendo a mesma garota despreocupada que se emociona fácil e que escreve as coisas para não esquecer, continuo amando o pôr do sol e filmes cult, ainda faço piadas sem graça e tendo a enxergar o melhor da vida e das pessoas, e essas coisas, por mais pequenas que sejam, quero que sejam constante no meu ser, mas nem tudo é constante em mim, minha essência é a mesma, mas devo confessar que eu mudei.
Em alguns pontos acho que amadureci, evolui ou simplesmente me tornei critica demais para aceitar de bom grado, algumas coisas dentro de mim já estão num finito, para que outros inícios possam me pertencer. Ainda não consigo escrever sobre elas, mas eu sinto o doce sabor da mudança e fico contente com a forma em que elas me reconfiguram, me fazem caminhar um pouquinho mais nessa linha tênue de ser menina e ser mulher, de ser uma menina-mulher.
Aprendi a aceitar suas responsabilidades e fortalecer seus sonhos, que aprende mais sobre ela mesma e o mundo, que se desapega aos poucos das coisas que não lhes fazem feliz, como a metáfora das roupas, deixando para lá tudo que não me faz bem e aprendendo a viver com pouco, com poucos, que me dão muito e muitos momentos felizes, sorrisos sinceros, conversas instigantes, me envolvem em mundos que realmente quero estar, que me mostra que números não são necessários e que o tempo, ah, o tempo, o tempo é só uma armadilha, uma sábia armadilha que nos separa do que queremos, mas também é um caminho que leva até quem somos, hoje eu aceito o tempo, já não tenho medo do mundo, sou filha da eternidade.

O Perdão

Me perdoo por não ter as reações que esperava ter,
Me perdoo por não ser exatamente quem eu pensei que fosse,
Eu me perdoo por sentir e sentir muito,
Eu me perdoo por cada batida forte e rápida do coração que dói,
Me perdoo porque uma parte de mim queria que não doesse,
Me perdoo por que ainda contra a mina vontade, dói.

Me perdoo pelo choro engolido, pela lágrima que não caiu,
Me perdoo pelas palavras que eu não disse,
Me perdoo por todos os sorrisos que disfarcei ,
Me perdoo também pelas patéticas tentativas de ficar bem com frases de autoajuda,
Ou por aqueles porres que tomei,

Me peço perdão pelas bocas que beijei e que não me representaram nada,
Me perdoo pela tristeza sem sentido que causei a essa alma,
Me perdoo por achar que era mais forte do que eu sou,
É que eu sou humana, você sabe, você me perdoa?
Eu me perdoo por sentir raiva, dor, ciúme, mas não peço,
Nunca vou pedir perdão por ser humana,
Não posso pedir perdão por cair e levantar, é disso que sou feita.
É assim que aprendo a dizer perdão.

Infinito Particular

O meu amor tem um gosto sereno que só a gente sabe, sua intensidade, a forma como devora meus sentidos e me faz transcender eu sei, ele sabe, nós sabemos, e isso já é mais que suficiente, mais que perfeito, no passado, no presente, no futuro, no tempo que não existe, no mundo que existe porque dois universos se encontraram e fizeram tudo acontecer.
Não que eu esteja ocultando, mas tão pouco vejo a necessidade de estar expondo ao mundo, me rasgando em declarações virtuais, todos os eu te amo que eu quero ouvir eu escuto a centímetros de meus ouvidos, muitos deles são ditos com olhares, com 'bons dias' dados com beijos, com café da manhã na cama ou até com cinco minutos a mais de sono no peito inquieto do meu bem, eu não preciso que ninguém curta isso, meu amor é compartilhado entre nós dois, e esse é todo o público que eu preciso ter, a particularidade de dois universos que disseram sim. O universo dele me amando e o meu o amando de volta.