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sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Dádiva de Aset



Ela tem aqueles olhos,
Aqueles, qu abertos, lá pelas 3 da manhã,
Podem comer o mundo, me engolir por dentro,
Dois buracos negros castanhos, cor de terra.

Ela tem aquele sorriso bonito que parece que
Primeiro sorri por dentro, que viaja na velocidade da luz,
E que faz o sol morrer de inveja,
E ela mal sabe que o ensina a brilhar.

Dela eu sei pouco, mas vejo muito no pouco que sei,
Eu sei que ela ama azul, naturalmente a cor mais quente,
Ela é mãe de loba e eles estão dentro dela tanto quanto correm em mim,
Sei que tem cabelo cheio de tenebrosos redemoinhos num mar de maré baixa e tíbia,
Ela tem pressa e odeia esperar, quer tudo pra ontem, pra já.

Ela se esforça pra ter o que quer e quando precisa até o que não quer,
Ela pode ouvir qualquer coisa e não vai julgar, ela ama nuvens e como elas se contornam no céu,
Ela sabe que elas se moldam pra chamar sua atenção?
Ela sabe o que me faz sentir? Escrever, sorrir, ela sabe o que ela faz? Ah, ela faz!

Mas será que ela sabe os olhos que tem?
Aliás, eu já falei dos olhos dela?
Aqueles olhos, que fechados, guardam dois mundos em si?
Dois planetas cor de âmbar e que eu, menina cigana,
Quero me perder até me achar num canto, um dia,
Bem encaixada no colo dela sem nem ver o tempo passar,
Mas, eu já falei dos olhos dela?
Porra, são duas imensidões dentro e fora de mim.

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