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terça-feira, 13 de novembro de 2012

Inesperado - parte II (final)



Continuamos naquela dança de beijos e carícias, o mundo girava apressado enquanto eu tocava seu corpo, sussurrava qualquer bobagem e voltava a tocá-la, apertando com gana aqueles quadris a centímetros de despir a pouca roupa que lhe restava, não sabia que horas eram, mas, não havia passado tanto tempo assim. Ela também se apoderava de meu corpo, como um poceiro que acabara de encontrar o seu lugar, porém ainda com zelo, não tendo certeza se lá poderia ficar, quando finalmente ficamos ser ar paramos com todos aqueles beijos, e ficamos respirando lentamente entre risos e cochichos, ela tocou meus lábios com sutileza, logo em seguida passou a mão por meus lábios, tocando-o com cada um de seus belos dedos, repousando sua mão em meio seio, sorria satisfeita naquele breu onde seus olhos pareciam um azul marinho turvo, mas totalmente convidativo para um mergulho, ela beijou meu colo e falou, bem baixinho de forma que eu quase não entendi:
— Preciso de um banho! Não consigo dormir sem tomar um! — disse enquanto contornava meu seio esquerdo com uma das mãos.
— Hum...? Ah, Tudo bem! Eu também tomaria um, mas estou sem nenhuma muda de roupa, mas, pode ir, vou te esperar aqui, garanto não fugir! — disse eu vendo-a vestir sua blusa e distanciar-se a passos curtos e contidos, a vi entrar no quarto onde repousava a moça que dividia apartamento com ela - dormia a sono solto, provavelmente nem notara que eu estava lá. — A vi sair do quarto e entrar no banheiro, barulho de água abundante do chuveiro, cheiro de pêssego e algum aroma doce que eu não conseguia identificar.
Enquanto ela tomava seu banho noturno eu sentia o peso do álcool em meu cérebro e tudo em volta girava, aquela sala parecia maior, fiquei deitada sentindo toda aquela rotação, na qual minha cabeça girava em torno da lua, ou do sol, quiça em volta da lâmpada que estava apagada, ou daquela luz vermelha do stand-bye do televisor, não sei quanto tempo ela demorou, quinze ou vinte minutos, sei que não tentei pensar em nada até então, a certos momentos em que pensar é totalmente desnecessário.
Logo ela voltou, com aquela mistura de aromas que prendeu minha cabeça no eixo de seu corpo, voltou com uma blusa de tamanho maior que seu manequim, alguma daquelas blusas de jogos escolares, — ela, como eu, era goleira de hanbal no ensino médio — estava com aquela blusa e uma calcinha fininha que eu não conseguia identificar a cor, logo ela deitou perto de mim e me procurou, começamos mais uma maratona de beijos, sempre interrompidos por comentários como "é estranho!" e risos, seguidos de mais beijos e mais comentários, "é estranho!"; realmente era estranho, o álcool começava a sair e a consciência a voltar, e ela era minha amiga, e eu estava na sala da casa dela beijando-a com ardor e com timidez no fim das contas. Porém, isso não foi o suficiente para pararmos.
Ela se livrou da blusa, alegando que não se sentia a vontade dormindo com roupas, sentou-se e tirou-a na minha frente e fitei seus seios tão lindos e brancos, não tive escolha se não senti-los em meus lábios, com minhas mãos, enquanto sentia suas unhas cravando minhas costas e arrancando minha blusa, senti os lábios dela em meus seios e tive que conter qualquer reação, afinal não estávamos sozinhas no recinto, embora minha vontade fosse de ir bem mais além. Esse jogo durou horas, não sei quantas, mas foram curtas longas horas de beijos, provocações, de mãos, pernas, arranhões, chupões, puxões e mais beijos e mais constrangimento, de que certa forma fora um tanto quanto gostoso. Um momento de sedução e delicadeza que poucos casais se permitem ter, numa situação parecida.
Frequentemente me pegava explorando seu corpo, desenhando lentamente meus dedos em suas tatuagens e mordiscando o corpo dela, ela me puxava o cabelo e mordia minha orelha, então parávamos e começávamos a rir, nos aninhávamos uma nos braços da outras e fazíamos carinhos, beijinhos, e íamos avançando até o ponto onde gostaríamos de chegar, mas não chegaríamos, não naquela noite.
Noite essa que logo virou dia, sem sono, com risadas e vontades nos despedíamos de toda a euforia do bar, da lascividade da chegada, os ânimos eram acalmados lentamente, mas aquela noite, suas surpresas e sensações ficariam gravadas para sempre em nossas mentes, junto de toda aquela cumplicidade e o sorriso solto que nos acompanhou até de manhã, e foi assim, cercadas de sentimentos novos e constantes que dormimos abraçadas e semi-nuas na sala de sua casa num colchão em baixo de um edredom aconchegante.
Amanheceu domingo e eu estava enrolada na coberta começando a despertar, ouvi ao longe cochichos de minha amiga e da garota que dividia apartamento com ela:
"Ela é sua namorada? Uau! - Dizia a amiga dela entre risos, mexendo em alguma coisa que do meu ângulo de visão eu não conseguia enxergar.
"Não, ela é minha... Amiga, dormiu hoje aqui comigo..." — Dizia minha amiga tentando cortar o assunto, ela já havia me dito que não gostava de falar da vida dela com aquela moça.
"Vocês estavam dormindo abraçadinhas! EU vi! — Ela insistia em arrancar alguma informação, eu só pensava "ou droga, ela viu!"
"Você não viu nada, tchau! - Nesse momento fechei meus olhos, minha amiga acompanhava a outra garota até a porta, a garota saiu e ela voltou para mim.
— Ela queria saber da gente... Achei melhor não falar, disse ela me beijando o pescoço.
— Tudo bem, afinal, somos amigas, não tem porque falar isso a ninguém, muito menos a ela que costuma dizer qualquer coisa a todo mundo... — disse eu beijando-a e envolvendo-a em meus braços outra vez.
Começamos tudo de novo, mas dessa vez, sozinhas em casa as coisas começavam a ficar mais quentes e os desejos da noite passava voltavam com mais força, nossas mãos já desenhavam exatamente o caminho que queriam trilhar, os beijos ficavam mais molhados, a respiração cada vez mais pesada, nossas pernas tão bem encaixadas e minha boca devorando seu seio com força, deslizando a língua sob a barra de sua calcinha, até que... Até que minha mãe ligou.
— Puta merda! São são onze da manhã! — Disse eu pulando do colchão e atendendo o telefone, eu teria que ir embora, embora quisesse ficar, tinha medo que as coisas voltassem ao seu normal quando eu saísse por aquela porta, ao mesmo tempo tinha medo que elas continuassem como estavam, pois no dia seguinte as coisas começavam a pesar mais e eu tinha medo de estragar tudo — afinal de contas, eu fazia isso como ninguém!
Depois de um dos beijos mais demorados que já dera me despedi dela e sai sem saber ao certo o que tinha sido aquilo, ou como as coisas ficariam depois disso, eu simplesmente não fazia ideia!
Só sei que saí com um sorriso que eu não dava a meses e que seus olhos verdes brilhavam para mim como duas esmeraldas, tudo que aconteceu naquele dia poderia ter ido bem mais além, mas acho que chegamos até onde deveríamos chegar, eu já entendera que o paraíso não estava tão distante de mim, como sempre achei, e que de certa forma aquela noite nos marcaria para sempre.
E quer saber de uma coisa? Não via a hora de que acontecesse algo parecido de novo, e que essa vez não seria a ultima. 


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