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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

(Re)aprendendo a sonhar



Já acreditei que contos de fadas virariam realidade;
Que dificuldades poderiam ser superadas quando os sentimentos eram sinceros;
De verdade, acreditei que poderíamos dar nosso melhor quando apaixonados;
E que o amor era a força que regia todas as coisas;
Honestamente, eu acreditava no "para sempre" e em todas suas implicações;
Eu acreditava com a ingenuidade de uma criança que o impossível era questão de ponto de vista;
Mas hoje, ah, hoje! O quanto as coisas mudaram dentro de mim!
Antes eu tinha uma alma de moça adolescente no auge de seus 15 anos de sonhos e fantasias;
Procurando motivos para acreditar que a vida seria um musical dos anos 30;
Tão imersa em mundos criados dentro de mundos que mal enxergava o real;
Afinal, quando se sonha demais a gente acaba deturpando a realidade um pouco, o que não é ruim;
O mundo que eu via e vivia era bem mais bonito que esse aqui, não havia necessidade de por os pés no chão;
Eu não tinha medo algum de voar, e voava longe, alto, por campos, florestas, praias e todas aquelas cenas de cinema, com fundo musical e close nos olhos, beijos apaixonados no final de brigas épicas e finais felizes ao fim do espetáculo;
Era bonito, eu sei que era!
Mas, hoje não é mais assim, hoje me vejo com a alegria de quem quer se permitir viver;
Mas sabe ter o pé atrás, no chão, que sente devagarinho, freando aos poucos as sensações;
Com a vasta experiência de uma alma de anciã, experiências e sabedoria para algumas vidas à frente;
Me apaixono lentamente, porém não é algo ruim, aproveito mais;
Outrora, vivia tudo numa velocidade tão insana que mal me dava conta de quantos passos dava,
Se estava longe ou perto do penhasco, ah, eu já estava em plena queda!
Hoje namoro o abismo a distância, admiro a paisagem, sinto o vento forte bater no meu rosto, absorvo cada gotícula de água como se fosse única, cada uma é única;
Não estou querendo dizer nestas linhas que desaprendi a sonhar, não, muito pelo contrário! 
Hoje sei até onde posso ir, tenho sonhos lúdicos e consigo dominá-los, mas, o fascínio dos sentimentos ainda me deixam andar na corda bamba, porém não tenho mais dentro de mim aquele medo surreal da queda, ou certeza de que posso boar;
E redescobri tudo o que perdera, bobagem menina! Sempre esteve dentro de ti, sempre guardado em mim;
Hoje não acredito mais em "para sempre", hoje acredito no "que seja bom", e quer saber?
Nunca estive melhor. 

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