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domingo, 16 de junho de 2019

FLERTE

Seus olhos certos. Sim, certos, em meio a multidão foi tudo o que eu pude ver, mesmo distante, cada luz bailava quando tocava seu rosto: azul, vermelho, roxo, verde, seus olhos que nem se quer me viam. Todos tão empolgados em baixo dançando, pulando, gritando as letras tortas das canções, em baixo também estava eu, sentada olhando pra ela, atenta a cada movimento, e ela, quase não se movia, estava tão animada quanto eu, suas amigas se divertiam, ela olhava para o nada... Até nossos olhos se cruzarem, até que por alguns segundos fui tudo o que ela viu, em um mundo completo em movimento, ela foi meu único foco, estávamos absortas e ao mesmo tempo, concentradas, e fui a primeira  a ser vencida, baixei a cabeça e ela não estava mais lá, mas estava o rastro do seu olhar e tudo que ele me provocou. Se foi querendo ficar e eu, totalmente seduzida por aquilo que nem sabia que existia e provavelmente nunca iria ter, mas é aquela coisa.
Sempre há um talvez.

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