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domingo, 16 de junho de 2019

Não gosto dos olhos desta cidade. Dos olhos que me cobiçam com desejo voraz, não gosto da forma como me perseguem, me seguem, me encontram e me caçam. São tantos pares de olhos insensíveis que provavelmente vão cruzar com os meus um par de vezes na vida, são três ou dez, ou dezenas. Eles formam contraste, estes olhares sem sentido, porque nenhum deles são os teus. Azuis, verdes, castanhos que se confundem com o negro, nenhum deles tem a vida que eu vi nos teus olhos.
Eles se insinuam, encaram, disfarçam, tem no flerte a covardia que nunca vai alcançar a coragem dos teus.
Coragem de ver além do aparente, coragem de devorar-me em corpo e alma.
São teus olhos que os meus encontram sem buscar em cada madrugada nua, em cada ínfimo momento que não sei descrever, mas, encontro facilmente em seu olhar. São esses olhos que eu quero ver e me perder até te encontrar.

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