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domingo, 26 de maio de 2013

Na estrada morrendo jovem a cada dia



Quando atravessamos a cidade sem medo, desafiando qualquer perigo,
Eu sinto  que estou viva.
Freadas bruscas, pé no acelerador, oitenta, noventa, cem por hora. Viva rápido,
Porque eu sinto que estou viva.
As luzes dos faróis que iluminam e apagam meu rosto, os postes ao longe como se fossem estrelas, o vento frio e forte contra meu rosto,
Neste momento eu sinto que estou viva.

Desafiando para uma corrida qualquer um que para num sinal vermelho, sem cinto de segurança, apenas dirigindo,
E é maldita essa certeza de que sinto que estou viva.
Vamos correr rápido, eu quero, eu vou viver rápido, quero por alguns segundos que minha alma se desprenda de meu corpo,
O som alto me faz querer correr mais, e nesse momento minha alma volta para meu corpo,
E eu sinto que estou viva.
Nós vagamos lentamente pela cidade madrugada a fora, estacionamos em uma esquina qualquer, os vidros estão fechados e tudo é silêncio, o deserto de gente que não sei onde está, nós estamos ali e em algum momento cada um se desprende do lugar, tão só que está,
Tão só assim e sinto que estou viva.

Eu procuro uma estrada calma para chorar mansinho, ou uma pista rápida para extravasar minha raiva,
Um caminho longo para que possa ouvir meu CD favorito, quando se está feliz a gente sempre quer prolongar a jornada, ou estou cansada e só quero que o percurso acabe, ora, em todos esses momentos com gritos silenciosos e alegrias subliminares,
Eu ainda sinto que estou viva.
E a vida que corre tão depressa dentro deste carro se movimenta cada vez  que o sinal abre,
E eu fico feliz por sentir que estou viva, mas me entristeço por saber que estou morrendo jovem a cada dia,
Mas, mesmo com essa certeza, eu ainda consigo sorrir por saber que estou viva.

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