Quem maculou a inocência?
Quem? Quem foi capaz de ver tão bela rosa,
cálida, alva e serena, e por mero capricho,
Decidiu tingi-la de vermelho?
Não o vermelho da paixão, mas o primeiro vermelho,
O que é conhecido há tantas gerações, o do sangue,
que corrompe, o vermelho que separa o sono da criança,
e o pesadelo do soldado em guerra, quem foi capaz?
Me diz! Levanta a mão e diz 'fui eu!', tens coragem!
Como teve no dia que com um belo sorriso me apunhalou,
Pelas costas, cravastes fundo tua adaga enquanto me abraçava,
E saiu como quem nada fez, e agora voltas e pede perdão,
Se bens pode ver, aquela rosa branca morreu, e o que ficou
Ah, mas o que ficou... Não é mais teu.
— Izis Vieira
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