Bianca V, Julho de 2009
Essa história começa a alguns anos atrás, a algumas viagens atrás para ser mais específica, sempre gostei de expressar o que eu sentia, mas, para ser exata eu não me sentia exatamente bem, mas, um banho de chuva e uma viagem sempre salvam a vida da gente, nos renova, não é verdade?
Essa história começa a alguns anos atrás, a algumas viagens atrás para ser mais específica, sempre gostei de expressar o que eu sentia, mas, para ser exata eu não me sentia exatamente bem, mas, um banho de chuva e uma viagem sempre salvam a vida da gente, nos renova, não é verdade?
Os fatos são
aleatórios e os sentimentos também, nesse tempo, eu julgava ser meu amigo quem
roubou um pouco do que eu achava que era meu. Engraçado isso, essa roda, as
voltas que a vida dá, mas comecemos quando ela deu o primeiro giro nesse enredo
atemporal de lembranças, fantasias, imagens e impressões.
Tudo começou
com o tropeço que empurra, uma queda abrupta, um término agoniante, a vida é um
pouco disso mesmo, é um pouco do que a gente quer que seja, e não quer de jeito
nenhum; estamos falando de um
rompimento, sabe como é, sempre te um lado que se fode mais do que o outro, mas
não quer dizer tchau, tolos são nossos corações até que aprendemos o valor da
perda, ou da diversão ilimitada que podemos ter, tudo é questão de ótica.
Mas, vamos lá,
a gente acabou, fins de relacionamentos, garotos choram como bebês e bebem o
suficiente para ficar com a primeira idiota que aparecer e quiser dar pra ele,
garotas procuram consolo em ombros amigos, que muitas vezes tem terceiras e quartas
intensões, e esse foi exatamente o caso;
não demorou muito para ela me trocar por uma vadia, é o que geralmente acontece
quando o amor acaba, e eu tive que com isso, enquanto elas fodiam. Ela deveria
foder melhor que eu – como dizem, experiência é tudo, e, ela quantidade de
pessoas que eu conheço que ela já fodeu, ela deve no mínimo fazer gostoso – não
que eu faça mal, mas estou certamente em desvantagem, transei apenas com duas
pessoas (uma de cada vez!) a vida inteira, não como uma prostituta profissional,
ou alguém que já transou com a maioria dos meus amigos, mas, como uma mulher
apaixonada que faz amor entregando o corpo e um pouquinho da alma.
De qualquer
forma, a coisa toda incomodou durante um certo tempo, mas logo parou de fazer
sentido, já estava maculado. A gente costuma atribuir ao primeiro amor uma
pureza quase santa ao primeiro amor, porém não deveríamos fazê-lo, ele não é
eterno (com raríssimas exceções, é claro), por mais que pareça, ele só te
prepara para todos os outros que ainda estão por vir, e deixa boas cicatrizes
no processo.
Para falar a
verdade, não ando com muito tempo para devagar, sobre o amor, a estrada está
sendo devorada pelos pneus que cantam madrugada a fora, estou indo à Brasília
com uma pequena câmera em minhas mãos e a pouca bagagem que minha mochila pode
carregar, e tantos lugares (pessoas) para conhecer. Possibilidades. Adoro essa
palavra.
Peguei a
estrada e deixei uma vida inteira para trás (depois eu conto a história, ou
não, sofrida e longa demais) e agora, quero me sentir viva na capital do meu
país, e fazer lá algumas histórias que não serão contadas aos meus filhos, ou
netos; quem sabe fazer amor com uns três desconhecidos, dizem que é om para
treinar, não? Bianca quer viver, e é o que Bianca fará.
Céus, o dia já
amanhece enquanto escrevo! Preciso dormir, aproveitar que (ainda) todos estão
em silêncio, descansar é preciso, logo terei a sensação que mais adoro: ser uma
desconhecida em um lugar totalmente novo. Às vezes vale a pena pegar um ônibus,
enfrentar horas e horas de viagem, deixar tudo para trás, valerá a pena? Não
sei, mas tenho certeza que vou descobrir.
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