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terça-feira, 8 de abril de 2014

Um corpo que vai, um corpo que fica, as almas se encontram


Hoje parei pra pensar e vi que ele me lembra muito a John Smith, o homem aventureiro que tem como mátria o mundo, e que o leva em seu olhos com uma nostalgia que corta meu peito as vezes, como um pássaro que sente falta de voar, voar e voar cada vez mais alto, mas está preso em uma gaiola imaginária que o limita um pouco todo o tempo, mas que a qualquer momento pode ir embora para outros caminhos, outros destinos. Para ele o horizonte é mutável, o horizonte é só mais um início, nunca uma chegada.
E eu, eu que me vou, me vejo como Pocachontas que espera no vão das incertezas, e olha paciente enquanto o vento arrasta seu amado para cada vez mais longe, enquanto esse mesmo vento leva um pouco da alma dela também, ela que vê tudo calada por nada poder fazer. O que poderia fazer? Há sempre uma causa de força maior que o toma de suas mãos, são as garras do destino que construímos ou que nos constrói, nunca vou ter certeza. Ela é a princesa que tem a alma maior que o universo e o mundo inteiro não cabe na altura de sua coragem, que tem os olhos ansiosos e cheio de promessas a serem cumpridas, é a menina que escuta tão atenta as histórias de novos e velhos mundos que seus pés nunca pisaram, mas que ela quer tanto, e que um dia, ela sabe, ela vai alcançar, mas o que vai acontecer nesse meio tempo ela não sabe. não está sob seu controle. Nunca esteve.
É uma princesa coroada que sob o tempo e a distância não passa de uma plebeia tão frágil como qualquer outra humana feita de carne, sangue e ossos, e nesse momento, o que vê faz com que seus olhos sangrem, sangrem o que a boca não ousa falar, sangra o que ela não sabe, porque tudo que ela sabe está do lado de cá, e do outro lado está tudo o que ela queria, é exatamente onde ela queria estar, mas o vento não a levou para lá, não é tempo de ir. Não é tempo de ir. E ao passo que o horizonte vai ficando rosa a caravela vai sumindo, e uma faísca de dor tenta entrar em sua pele, mas não é forte o suficiente, pois, esta humana de carne, ossos e sangue como qualquer outra é uma princesa, uma princesa que sabe que o mundo é maior do que o que seus olhos podem alcançar, então, ela que mesmo tendo medo é destemida se lança adentro do penhasco sem medo, se lança para o próximo ato, para a próxima trampa do destino, porque é disso que ela feita, da incerteza da felicidade e do passo às cegas que dá para onde não conhece, mas quer e vai ir. 
Não há medo maior que a alma dela, e a alma dela vai para onde quer que ele vá, e não tá motivo de força maior no mundo que o amor. E o amor, ah, o amor não conhece distancia, já não estaremos sozinhos, onde quer que você esteja, eu vou te dar a minha mão, comecemos pelo horizonte.

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