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sexta-feira, 30 de maio de 2014

Sobre um moço: o que nós fizemos


Eu queria escrever sobre um garoto,
Um garoto que um dia disse a si mesmo que queria ganhar o mundo.
E ele o fez.
Eu queria muito poder escrever sobre como foi sua vida na França, mas eu sei tão pouco, sei os fragmentos de suas mémórias que vez ou outra ele me fala com tanta, tanta empolgação, de todos os lugares, rostos e sabores que ele conheceu, ele queria levar para viajar um pouco de sua alma de aventureiro.
E ele o fez.
Eu queria falar um pouco sobre o menino que sempre está rindo e fazendo piada de tudo, mas que, raios, é a pessoa mais estressada que eu já conheci na vida, ele que ocupa todo seu tempo com suas coisas, ele que queria ser dono dele mesmo, e para isso, teria que levar seu mundo em suas costas.
E ele o fez.
Mas, ao mesmo tempo, eu queria falar que esse menino tem um coração bonito o suficiente para que eu queira viver dentro dele para sempre, e eu queria dizer que talvez, se outro garoto tivesse me puxado pra dançar eu não teria aceitado, mas foi você.
E eu o fiz.
Eu quero falar, com muito carinho de um moço que abraça apertado enquanto dorme, e que mesmo dormido fala o quanto me ama e o quanto se importa, mesmo que no outro dia não se lembre, aquele moço que ocupa quase toda a cama, que está dormindo bem quieto, e eu penso que vai ficar assim, então eu levanto, e quando eu volto.
Droga, ele fez de novo.
E eu me espremo pra alcançar uma parte na cama, do cobertor, e ele me abraça e o mundo fica um pouco maior e um pouco menor, um pouco maior e um pouco menor, sim.
Ele fez de novo.
O mundo fica do tamanho das batidas do seu coração, grande o suficiente para que eu caiba, grande o bastente para amar e ser amada, grande o suficiente para caber dois infinitos que se encontraram, que se amaram, e que se ama, que se amam.
Nós fizemos isso.
Eu queria falar para esse moço que eu sinto muita vontade de ficar, então, mesmo que não seja fisicamente, eu vou ficar sim, e eu acho que ele também quer, e eu queria falar pra ele que em português nós não costumamos falar "adeus" para pessoas que queremos rever, então, eu sempre vou dizer "até logo" para ele, e pedir aos céus, as terras, aos ares aos mares que esse logo nunca demore.
E que o tempo faça isso.

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