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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Enquanto Ela Espera



E aquela senhora que espera para atravessar a rua?
Os carros sempre tão rápidos, ela, já tão lenta pela idade, espera,

Mas um dia já correu, quem sabe até para encontrar alguém do outro lado,
Um amor platônico, um grande amigo, um beijo de namorado, não sei... 
Que sonhos a aguardavam do outro lado? Hoje, ela só espera!

Será que ela consegue se lembra de quando caminhava apressada para não esfriar o pão?
Ou quando ia pra aula atrasada e mal sabia o que cairia na prova de matemática, será que ela lembra a sensação? Não sei! Hoje, ela só espera,

Com a paciência de quem muito viveu e por isso, o tempo castigou, mas, quantas histórias existem por trás daquelas rugas? Não consigo decifrar, ela só espera...

Os carros passam, lentos, rápidos, conversíveis e caminhões, passam e ela ainda está lá a esperar,
Ninguém para ajudar, ou mesmo um  guarda de transito, eles nunca estão quando a gente precisa, mas mesmo assim a gente espera,

Talvez a vida seja como essa senhora, um ir e vir de carros sem contra-mão, e você tenha que esperar o momento certo para atravessar,
Um motorista camarada para ceder preferência, talvez ela espere isso enquanto espera,

Talvez ela se dê conta disso enquanto espera, ou ela simplesmente goste de esperar, sentir o vento misturado com gás carbônico, o som das dez da manhã, ou até se arrisque em atravessar, se jogando entre os carros... Mas, só em pensamento, a verdade é que ela só espera,

Talvez ela só quisesse atravessar a rua, atravessar a vida, conhecer o outro lado, talvez ela, em outrora não quisesse mais esperar, mas o que se sabe, hoje, é que ela só espera,
Será que ela parou de sonhar? Ela só espera...

Ora, claro que ela ainda sonha! Porque não sonharia? Sonha enquanto espera.
O semáforo fechou, hora de passar.

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