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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Será que poderia?




Poderia haver alguém, alguém que gostasse de fotografia, que sentisse as mudanças da cor do céu, na mesma fluência que o sol não gira, mas, parece girar;

Poderia haver alguém que gostasse de ler mangá com mais paixão do que qualquer noticiário da TV, que se encantasse por mundos dentro de mundos, mundos inventados, mundos tão coloridos em páginas preto e branco;

Poderia ser alguém que também soubesse ver a beleza de um anime, OVAs emocionantes, que gostasse não apenas de assistir, mas mergulhasse na trama, que tivesse dentro de si um pouco de drama, porque não?

Alguém que amasse a 7ª arte como se fosse uma religião, que visse tudo em cenas, esquadros, quatros, fotografias velhas, vintage, que soubesse sorrir mais do que chorar;

Poderia haver alguém, alguém no mundo que parasse para me ouvir, mas que me calasse com beijos apaixonados, que soubesse ser todo dia um personagem, mas todos eles apaixonados por mim, por mais ninguém;

Bem que poderia ter alguém, alguém em algum lugar que me olhasse e me enxergasse por dentro e que não me largasse por nada no mundo, que soubesse que quando sentisse frio, era só procurar o meu calor;

Poderia haver alguém, alguém que fosse lindo, lindo nos sentidos mais amplos que me fizesse me apaixonar diariamente, que soubesse que o amor não se constrói, se sente e não se evita, não se elimina, pois, quando o fazemos eliminamos parte de nossa alma junto dele;

Alguém que sentisse meu cheiro no vento e corresse para me ligar, que me fizesse passar horas e horas, até a bateria acabar, me fazendo perder a noção do quanto odeio telefones, e eu sentiria falta ao desligar;

Poderia haver alguém. Não precisava ser artista, nem comunista, bastaria olhar o céu comigo no escuro e entender das estrelas, amá-las como amaria meus olhos, sem jamais os comparar;

Poderia haver alguém que ficasse um domingo chuvoso inteirinho de baixo da coberta e acordasse com vontade de fazer amor até segunda-feira;

Esse alguém poderia também não fazer nada o domingo inteiro e leria um bom livro enquanto eu o olharia até cochilar, e despertaria e continuaria olhando, e cochilaria novamente, e acordaria e faria cócegas, e cobriria de carinho e beijo, me colocaria no colo e prepararia sem pressa algo gostoso para comer;

Esse alguém poderia ser questionador e me irritaria o suficiente para eu querer matá-lo, mas seria importante o suficiente, seria amado o suficiente para eu nunca fazê-lo, e eu nunca desejaria passar uma noite brigada com ele, o coração de um aperto só me faria dizer que não gosto disso, e mais uma vez dormiria sossegada nesses braços, mesmo com meu sono inquieto, cheio de mundos a percorrer;

Esse alguém não se importaria de ter a coberta roubada durante a noite e acharia graça quando me visse falar seu nome enquanto durmo, pois saberia que até sonhando eu teria em quem pensar, quem buscar;

Poderia haver alguém que me visse como uma princesa, não importa o quão desarrumada eu estivesse, mas com gosto me ajudaria a melhorar;

Poderia haver alguém que lutaria por mim, não deixaria ninguém nos afastar, nem ele mesmo;

Poderia haver alguém que soubesse amar de corpo e alma, e que saberia que uma vida é pouco para amar, apesar das coisas feias do mundo, então não perderia tanto tempo, mas voltaria sempre para mim, pelos séculos, e séculos, e séculos, mesmo que só houvesse uma vida, voltaria por mim;

Poderia haver alguém no mundo, ele não precisaria ser perfeito, nem ter tudo que citei acima, mas poderia haver alguém no mundo, sim, poderia haver alguém, alguém que pudesse, que soubesse, que quisesse;

Alguém para me amar, bem que poderia haver! 

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