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sábado, 29 de setembro de 2012




E se eu disser que a brisa da manhã que te levou mais cedo não foi capaz de me arrancar as palavras que ficaram junto ao teu cheiro, você me permitiria ousar te decifrar em palavras?

Não que seja algo fácil, na verdade acordei com esse desafio, não somente por eu ser péssima em ler pessoas, e sim por seres repleta de mistérios, com verdades tão tuas, com essa sinceridade implacável, transparente, mas não, você não se resume a apenas isso, entenda meu apenas: é muita coisa, mas, eres bem maior, como um universo de carne, osso, coração, e alma.

Eu poderia falar aqui da criança que vejo sorrindo empolgada com as coisas mais simples, como também coisas sofisticadas. Sempre tiveste um gosto refinado… Mas falo em como todo teu lado puro se manifesta ao ver uma criança que te faz brincar. Sei que nesses momentos você esquece da maioria das coisas, e volta a essência da pureza, do que faz bem, você que é tão menina, você que é tão mulher.

Você que é sempre tão decidida, sempre tentando dar o seu melhor. Pensando e analisando, querendo ser o mais realista possível, não pretende se ater a ilusões, que gosta de saber o que tem nas mãos, mas que no fundo, bem lá escondido tem suas fragilidades únicas, tem seus medos e também seus sonhos, que, diante de tanto fatismo deseja que as coisas venham, não espera por elas, mas quer que elas aconteçam.

Os outros podem te ver como aquela garota que sabe cativar, sabe fazer amigos, que cuida dos seus como pouquíssimos conseguiriam, que tem um dos corações mais lindos que eles jamais conhecerão. Aquela que sabe o que dizer, que sabe consolar, que sabe confrontar, a protetora, a arisca, que se diz intransigente às vezes, mas que sempre sabe perdoar,  eu diria que seu coração é o mais lindo que já conheci. Você que é a tímida mais corajosa do mundo, uma amiga tão leal que faz com que sempre queiram te ter por perto, na Bahia ou no Japão, nunca te faltarão amigos, porque eres querida, eres tão singular que não tenho certeza se minhas breves palavras podem descrever ao menos um pouco de você.

A garota do olhar pulsante, olhos agateados que mudam de cor como que brincando com a luz, com as emoções. Aquela linda bruxa jovem e sábia em seus mistérios, tirada de um daqueles livros tão bons que costumas ler. Ler, tua maior paixão, não sei se por te fazer viajar a outros mundos, te fazer entrar em contato com outras realidades, viver outras vidas, mas, sei que, se um dia alguém fosse escrever um livro sobre você ele deveria se chamar “a menina que amava livros”. Ou a menina que amava a música, que toca violão e canta com uma facilidade linda, nem parece que fica tempos e tempos sem fazer um único acorde.

Aquela que parece um ser místico muito mais belo que um Oráculo Bizantino que, por vezes, tão mítica em sua capacidade de ler as almas das pessoas, de saber naturalmente o que os outros custam tanto a enxergar. A menina que brinca com idiomas, que tanto ama o inglês (praticamente sua língua natal), que fala espanhol, que arranha alemão, que eu consigo ver mais na frente fluente em mandarim, que faz das palavras o que bem quiser e entender, que faz viajar quem lê suas poucas linhas escritas. Aquela escritora excepcional que nunca acaba suas estórias, estórias que vem, estórias que vão, e que tanto querem um fim, afinal, elas precisam morrer para ganharem vida.

Você, sim, você! Aquela garota que adora elogios, mas somente os sinceros, que despensa os demais; que gosta de músicas tristes, mas que quer ser feliz como qualquer um nesse mundo, que é tão especial, o suficiente para fazer uma tarde deitada no chão ser incrivelmente confortável para a alma, para se querer ir mais longe, ser alguém melhor, como você vê as pessoas que ama.

A garota que faz tudo com um cuidado admirável, que faz tudo com amor, que te olha e te faz sentir especial. Que acorda cedo sem reclamar, que trabalha, estuda, traduz e ainda encontra tempo para amizade, amor, festa, e o que mais vier, aquela que não tem frescuras ou medo de viver, que encara tudo de frente. Ousada e sagaz como a escorpiana que é. Aquela que tem o dia gigante que começa tão cedo e dorme tarde, quando o sono vem. Você que é a menina mais forte, e a mulher mais frágil - frágil, nunca fraca - dependendo do angulo de quem vê, que ama verdadeiramente, apaixonada por tudo que faz, mas, que deveria se enxergar melhor, pois é bem maior do que a sua altura e do que se permite enxergar.

Aquela que gosta do frio e mora no calor, que ama a noite, que adora dançar, mas é caseira, que não trocaria um bom livro por muita coisa, de princípios fortes, de caráter e gênio de igual intensidade, que tem convicções que são defendidas com unhas e dentes, que se preserva por medo de sofrer, mas nunca deixa de se entregar. A que carrega o Sol no nome, que brilha como ele, mas, sem ofuscar ninguém, que ajuda os outros a brilhar, que dorme como um anjinho, que faz cara de bichinho, que eu olho e só sinto vontade de ter perto, de cuidar, de te ter em minha vida. Será que você sabe o quão bom tê-la na vida? Em como fazes o mundo parecer maravilhoso? O quanto é linda? Será que minhas palavras de alguma forma são o suficiente para descrever-te em algo?

Bem, eu duvido que sim, mas, vou continuar aqui, tentando, tentando… Tentando te dizer o quanto eres bela, em todos os sentidos da palavra, em todos os ângulos da alma, da mente, desse coração que não mente, desse olhar tão vívido, dessa alma que transmite amor,

por ser única o suficiente para não conseguir ser descrita.  

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