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sexta-feira, 28 de setembro de 2012




   Tudo estava num absoluto silêncio, embora pudesse ser rompido a qualquer momento. Sobre a cama estavam dois lindos corpos desnudos, deitados um ao lado do outro da forma mais despojada que poderiam estar. Estavam cansadas e contentes o suficiente para permanecerem em silêncio profundo, ao menos por algum tempo. Apenas a linguagem de seus corpos era permitida naquele momento que, privado de qualquer preocupação, preenchia magicamente aquele quarto.
    Aos poucos as mãos de uma iam se movendo em direção às costas da outra, o toque era retribuído com um leve arrepio. O corpo sempre sabe a hora exata de recomeçar, a hora de voltar à sua essência, àquilo que se gosta de fazer. Aparentemente o corpo de uma não parecia se satisfazer tão facilmente, enquanto o outro era quem o guiava pelos caminhos do desejo, tão sábio, tão potente… Sabia exatamente onde se tocar, e com uma certeza absoluta sabia que seria correspondido, com exito, com a mais sublime excitação.
    Eram corpos distintos nos volumes, e ainda que fossem do mesmo gênero, sabiam perfeitamente o prazer que uma poderia proporcionar a outra. Era delicioso estar entre aquelas pernas, debruçada e entregue àquela doçura desnorteadora que lhe melava os lábios. Sucumbir totalmente ao desejo e ao toque daquela língua, estar tão entregue àquelas mãos que nada mais importasse… Língua e mãos se uniam naquela dança e sabiam exatamente como agir, como fazer, o porque fazer… As mentes se desprendiam dos pudores quando se tratava uma da outra, e daquele momento no qual elas se encontravam e no qual se concentravam com afinco: lambuzar-se num prazer, beber o néctar sublime do desejo, satisfazendo-se em apenas satisfazer e sentindo prazer das formas mais inimagináveis.

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