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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O amor é egoísta





E assim é o amor: tão egoísta como só ele pode ser. Não me leve a mal, não estou julgando esse sentimento, que de tão puro, desce rasgando como veneno pelas gargantas feridas. Feridas de palavras não ditas, de engasgos involuntários; de choros engolidos; de sentimentos contidos.

O amor, ah, o amor! Ele nos eleva! Porém, devemos entendê-lo como um multiplicador generalista, visto que ele não expande apenas seu lado bom, seus sentimentos sinceros, não, ele eleva tudo, a flor da pele! Mas, a culpa não é do amor, é do ser humano, que não sabe (e nem saberia, é de sua natureza) ser desapegado e benevolente com o que se sente, tudo quer pra si, tudo quer ter, e aí começam as dores, as lamentações, o sentimento de posse, o querer desesperado, o manter a qualquer custo, o sofrer ao abdicar, porque é tão dolorido abdicar algo tão precioso?

Se, o sentimento continua (ou deveria) ali, intacto, o que se vai é a pessoa, por novos caminhos, direções, os sentimentos deveriam ser estáticos, creio eu que o sejam. O amor é benévolo, mas, ele é forte demais para o coração humano, não estamos preparados para tantas emoções elevadas, o amor é bom, o coração humano é que não sabe se adequá-lo (em sua grande maioria) para vivenciá-lo.

E então caímos na desgraça de não compreendê-lo, confundimos amor com paixão, amor com sentimento de posse, amor com ódio, amor com amizade, amor com medo, amor com rancor, amor com ignorância, amor com super-proteção que gera o sufocamento, amor com solidão, e nada disso é culpa de nós, o amor foi nos dado por algum ser muito evoluído, simplesmente não estamos num grau de evolução alta o suficiente para apreende-lo em toda sua magnitude, e daí que nasce o desamor, o amargor de amar, que não deveríamos sentir, mas que muitas vezes temos que passar para entender o que realmente é amar, ou voltar a essa terra por mil séculos até aprender, saber lidar com um sentimento tão intransigente.

O amor é egoísta, pois, ele não respeita regras, não conhece limites, quebra paradigmas, por simplesmente ser.

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