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sexta-feira, 28 de setembro de 2012




Eu queria escrever aqui, escrever agora que a noite chegou e meu coração continua batendo tão forte, que continuo pensando em você. Eu queria falar do que me invadiu a mente enquanto eu caminhava para casa. Quando me via em outra casa. A nossa casa.

Me via andando sem tropeçar em um fino salto, com roupas não muito sofisticadas, porém elegantes, voltando de uma délicatesse com uma torta de morango bem embalada na mão, com a outra aperto o controle e destravo o carro, escuto boa música no caminho até nossa casa.

Quanto mais nos aproximamos do nosso lar, mais forte nosso coração bate nosso coração. É assim que as coisas são; no meu caso, minha casa é o seu coração; ele é meu lar.

Chego em casa com pressa, deixo a torta sobre a mesa, vou tomar um bom banho quente, relaxada e despreocupada, e ao mesmo tempo ansiosa. Sinto falta do meu lar. Mas, diferente de anos atrás, a falta demora pouco tempo, tempo bastante para que eu possa esperar.

Ponho um baby doll gostoso de seda, leve e confortável, como eu gosto, vejo algo no jornal da TV sem prestar atenção, checo e-mails enquanto tomo chocolate gelado, gasto tempo suficiente para relaxar e esperar o som mais importante do dia: você abrindo o portão.

Corro para a sala e te recebo com meu melhor e mais sincero sorriso, meu coração bate forte e feliz, te recebo também com meu melhor beijo, nem te dou tempo de guardar suas coisas, tudo é jogado de qualquer jeito no sofá, até seu notebook e aqueles papéis que não podem ser amassados.

Mas, logo você se rende ao beijo, não demora muito para eu sentir suas mãos tocando meu corpo por cima da roupa de seda, “a gente corre pra se esconder e se amar, se amar, até o fim”.

Depois dos beijos e de estamos deitadas no sofá eu te falo do meu dia enquanto ajeito seu cabelo que teima em cair em seu rosto, porque seu lindo corpo está em cima do meu, bem encaixado, do jeito que deve ficar, você sorri e me ouve com atenção enquanto te cubro de beijos, então, você me fala do seu dia, e também reclama um pouco dele, eu reclamo da falta de tempo e de todos os livros que sempre tenho que ler.

Ouço-te mais um pouco enquanto faço massagem em seus pés e costas, tiro sua blusa e te beijo enquanto você tenta me dizer que quer tomar banho, e me pede para esperar e eu não quero, eu nunca quero, como uma criança, eu quero sempre tudo e tudo na hora, mas, você, também como criança sempre precisa de desdizer, então espero pacientemente, você sempre vence.

Enquanto escuto a água caindo forte do chuveiro, preparo nosso jantar que faço com tanto amor que não tem como ficar ruim, você surge na cozinha com a discrição de um gatuno e me beija por trás, sinto um conhecido arrepio por baixo da seda que roça no teu baby doll.

Jantamos sem pressa enquanto te escuto falar, sempre foi um dos meus hobbies favoritos do mundo todo.

Quando tudo é silêncio te busco em seu computador, não te deixando escrever seus e-mails importantes, sento em suas pernas e te beijo até você não conseguir mais e fazer o que eu queria que tivesse feito desde que cruzou a porta para dentro de casa.

Você me leva até a cama, mesmo eu dizendo que você vai me derrubar, eu sempre digo que você não vai me agüentar, mas, poucas coisas no mundo me fazem me sentir mais mulher do que ser carregada em teu colo enquanto te beijo com vontade, você me deita na cama e fazemos amor uma, duas, três, quatro, quantas vezes quisermos, ou então, nem isso; ficamos deitadas vendo algum filme enquanto trocamos beijos e acabamos fazendo amor no meio dele, é quase inevitável.

Talvez pelo fato de adorarmos fazer amor, ou talvez porque teu corpo me instiga de uma forma que tenho que me concentrar muito para não procurá-lo, mas, ainda assim, me sinto a mulher mais feliz do mundo por apenas ficar deitada com você, fazendo carinho e dando beijinho, contando histórias e lembranças como se o universo inteiro coubesse em um quarto, e o calor que eu preciso se encontrasse todo em teu abraço.

Então eu me lembro da torta e te falo o quanto eu gosto de doces e ajo como uma criança, e você diz que isso te assusta, mas, nunca o suficiente para você ficar longe de mim, eu falo que te amo e o quanto isso é importe para mim, você diz que me ama e me faz as mesmas promessas de anos atrás, e eu, sorrindo direi que nunca deixarei de cumprir nenhuma, mesmo que durante um tempo tivesse medo, sempre fui fiel a elas e com amor e orgulho no peito digo que eu quero cumpri-las pelo resto da vida.

Eu vou pensar em coisas tristes que me assombraram por tempo suficiente para esquecer e perceber que nós superamos todos os medos e você nem vai notar o medo em meu olhar quando eu tocar seu rosto e sussurrar aos deuses “obrigada”, eu vou te dar meu milésimo beijo do dia vou dormir recostada em seu peito; de mãos dadas com você, como a tantos anos, quando eu só tinha esperanças.

Vou dormir com você, com amor e certezas. 

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